Em casa, na pista ou na escola é tanto babado: espaços de sociabilidade de jovens travestis

Resumo

O presente projeto de pesquisa pretende identificar, analisar e discutir possibilidades de acesso a equipamentos sociais e à rede de relações que perpassam a vida de jovens travestis na cidade de São Carlos (SP). Justifica-se a partir da compreensão de que os processos de travestilidades são marcados por experiências de estigma e preconceito, uma vez que as travestis colocam em questão, dentre outros padrões, sistemas binários de gênero (masculino/feminino) e de sexualidades (heterossexual/homossexual). O principal objetivo é discutir, tomando-se as perspectivas dessas jovens, suas relações com as instituições de ensino, bem como aquelas que se criam em torno das necessidades e possibilidades de inserção, tanto no contexto familiar quanto na prostituição. Esta, ao mesmo tempo em que pode se configurar como um agravo frente a situações de vulnerabilidade social, se apresenta, também, como possibilidade de suporte, seja financeiro ou no que tange à sociabilidade e ao compartilhamento de experiências. Lançando mão de procedimentos que tomam por base a história oral dos sujeitos, acessada através da imersão no território e no cotidiano das jovens travestis, e tendo como suporte teórico-metodológico os pressupostos da Terapia Ocupacional Social, espera-se que este estudo contribua para a melhor compreensão acerca das travestilidades na contemporaneidade e, igualmente, para a discussão de questões que envolvem a juventude brasileira, em seus diversos matizes. (AU)