Efeito da ingestão do extrato aquoso de erva-mate (Ilex paraguariensis) sobre a expressão de proteínas envolvidas na regulação da via de sinalização da insulina no músculo sóleo de ratos submetidos à dieta hiperlipídica

Resumo

A obesidade promove um quadro de inflamação crônica e de baixa intensidade, que está associado à resistência periférica à ação da insulina e ao desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2, condição que favorece a ocorrência de doenças cardiovasculares. O processo inflamatório decorrente do excesso de gordura corporal aumenta a expressão muscular de proteínas quinases, como a quinase do inibidor do fator nuclear kappa B (IKK-beta) e a c-Jun N-terminal quinase (JNK), as quais contribuem para o quadro de hiperinsulinemia, uma vez que essas quinases são capazes de fosforilar o aminoácido serina localizado na posição 307 do substrato do receptor de insulina (IRS)-1, contribuindo na redução da atividade da proteína quinase B (Akt/PKB) e prejudicando a captação de glicose no tecido muscular. Além disso, a ativação da IKK- beta promove a fosforilação do inibidor do kappa B (IkB)- alfa e sua posterior degradação, fato que antecede a translocação, do citoplasma para o núcleo, do fator de transcrição designado fator nuclear kappa B (NF-kB), o qual ativa a transcrição gênica de diversas proteínas envolvidas na resposta inflamatória, como a proteína C reativa. A erva-mate (Ilex paraguariensis) possui grande potencial em reduzir o processo inflamatório induzido pela obesidade, uma vez que essa possui compostos bioativos com ação anti-inflamatória, como o ácido cafeico, o kaempferol, a quercetina e o ácido 3,5-dicafeoilquínico. O presente projeto tem como objetivo investigar o efeito da ingestão do extrato aquoso de erva-mate sobre a expressão de proteínas envolvidas na regulação da via de sinalização da insulina no músculo sóleo de ratos submetidos à dieta hiperlipídica. Para tanto, o delineamento experimental será realizado em 2 etapas, sendo que em cada etapa serão utilizados 18 ratos Wistar, machos, que serão submetidos à dieta controle (n= 9) ou hiperlipídica (n= 9) durante 12 semanas. Após esse período, 3 animais de cada grupo sofrerão eutanásia, enquanto o restante dos animais de cada grupo será distribuído em grupos que receberão, ou não, por gavagem, o extrato aquoso de erva-mate (1 g/kg de massa corporal) durante 4 semanas. Após esse período, todos os animais sofrerão eutanásia e, a partir da coleta do músculo sóleo, será avaliada a expressão das proteínas JNK, IKK-beta e AKT, nas suas formas totais e fosforiladas. A composição corporal será avaliada a partir da carcaça dos animais e, a partir do sangue, serão determinadas as concentrações de glicose, insulina, ácidos graxos não esterificados totais, adiponectina e proteína C reativa. Os animais serão submetidos ao teste oral de tolerância à glicose e ao teste intraperitoneal de tolerância à insulina na primeira, décima segunda e décima sexta semana do protocolo experimental. (AU)