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Obras humanas e exigências naturais: a significação do homem no seio da natureza em Gabriel Tarde e Henri Bergson

Processo: 10/08953-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Vigência (Início): 01 de janeiro de 2011
Vigência (Término): 31 de janeiro de 2015
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Débora Cristina Morato Pinto
Beneficiário:Rafael Henrique Teixeira
Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):12/03227-3 - Sociologia e cosmologia no contexto filosófico do Século XIX: o lugar da sociedade em meio às criações da natureza em Henri Bergson e Gabriel tarde, BE.EP.DR
Assunto(s):Natureza   Vida
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Criação | Esforço | Homem | natureza | sociedade | vida | Filosofia Francesa Contemporanea

Resumo

Este trabalho pretende ser uma análise das afinidades que apresentam as filosofias da natureza de Gabriel Tarde e Henri Bergson quando se trata de pensar a significação, o lugar e o papel do homem no seio das obras da natureza. Tomaremos como fio condutor um duplo postulado compartilhado. Primeiramente a admissão que uma natureza que é criadora cumpre, no ato da criação, a exigências bem definidas. Por toda a natureza encontraremos em operação um esforço de criação no qual se originam todos os seus produtos, da matéria ao homem. Em segundo lugar a constatação que esses produtos prolongam as exigências nas quais encontram sua razão de ser com maior ou menor sucesso. Uma vez discernida a cadeia dos seres que se desprende dessa grande empresa de criação, Tarde e Bergson localizarão o homem em seu topo. Este será ao mesmo tempo tratado como um de seus produtos, aparentado a tudo o que preside sua aurora, e como um produto excepcional, aquele no qual será possível à natureza encontrar uma solução às suas exigências fundamentais de criação de maneira excepcionalmente exitosa. Mas o homem saído do movimento geral da natureza, ao prolongar exigências que são pré-antropológicas, não se fará, pelo exercício de sua liberdade, sociabilidade e inventividade, um êxito absoluto de saída. Será preciso aguardar a ação de individualidades excepcionais que, arrastando a humanidade com seu exemplo, resolverá os contrassensos que o gênio inventivo da natureza apenas contornou relativamente. Essas individualidades serão os místicos, figuras que encontraremos nas obras de Tarde e de Bergson cumprindo papel análogo. Tomaremos os devidos cuidados em demonstrar que essas afinidades não nos autorizam, contudo, a um total paralelismo entre os desenvolvimentos tardiano e bergsoniano. Para Tarde o esforço que encontramos por toda a natureza é um esforço de harmonização progressiva que visa colocar em uníssono uma multiplicidade pulsional que faz fundo ao que há de regular no universo. Para Bergson tratar-se-á de um esforço de inserção de indeterminação no universo da necessidade, obra realizada pela evolução do mundo vivo que cria organismos cujas ações contrastarão com a inércia da matéria. Para o primeiro a natureza se apresenta como grande plano de composição no qual matéria, vida e homem aparecem como etapas de um processo que conduz a harmonias progressivamente compreensivas. Para o segundo uma cosmologia que se ocupe da integração entre os estratos do cosmos é inseparável de uma filosofia da vida e mesmo de um transformismo biológico sui generis. Ao invés de etapas bem delimitadas Bergson apresenta vida e matéria enquanto tendências que se contradizem, de cujo embate resulta o conjunto do mundo organizado e, em seu interior, a humanidade, uma das soluções que a vida encontrou ao instrumentalizar a matéria que lhe fazia obstáculo. (AU)

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