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A UNESCO e o Cinema Documentário no Brasil (1945-1975)

Processo: 10/12604-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Vigência (Início): 01 de dezembro de 2010
Vigência (Término): 28 de fevereiro de 2013
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Cinema
Pesquisador responsável:Fernão Vitor Pessoa de Almeida Ramos
Beneficiário:Rosana Elisa Catelli
Instituição Sede: Instituto de Artes (IA). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Ciências sociais   Multimeios   Documentário cinematográfico
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:audiovisual | Ciências Sociais | Cinema Direto | Cinema documentário | Cinema Nacional | Unesco | Cinema Documentário

Resumo

A UNESCO, agência especializada do Sistema das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, foi pensada para atuar e reverter as assimetrias postas pelos fluxos de informações a partir dos processos de globalização da segunda metade do século XX. Sua constituição resulta das discussões ocorridas entre 1942 e 1945, em Londres, onde são aprovados a Convenção e o Ato Constitutivo de sua criação e regulamentação. A primeira Conferência Geral, na qual foram discutidas as ações que comporiam seu programa a partir de 1947, ocorreu em novembro de 1946, em Paris, local que se tornou a sede da entidade. Desde a sua criação, em 1945, a UNESCO tem atuado nas políticas culturais referentes ao audiovisual. Esse organismo tem formulado proposições com o intuito de promover a igualdade de acesso à informação no mundo, dando importância aos meios de comunicação social. Enfatiza a mediação desses meios na educação, na divulgação científica e na formação da opinião pública. Nossa pesquisa pretende investigar essencialmente as políticas da UNESCO no campo do cinema documentário, entre 1945 e 1975, período relevante de proposições para a produção de filmes documentários na América Latina, Ásia e África, em especial dos filmes inseridos na vertente do cinema direto. A UNESCO foi promotora do cinema direto no Brasil, como forma de registro das manifestações culturais populares do país.O cinema direto surge na Europa e Estados Unidos, no final dos anos 1950, a partir de inovações tecnológicas de aparelhos portáteis de gravação de som e imagem. O direto teve como características fundantes o recuo do cineasta e a utilização de entrevistas e depoimentos. No caso brasileiro, o direto foi a nova estilística do cinema documentário a partir de meados dos anos de 1960, como por exemplo, nos filmes produzidos por Thomaz Farkas e que ficaram conhecidos como Brasil Verdade, composto de quatro médias-metragem: Memórias do Cangaço (Paulo Gil), Subterrâneos do Futebol (Maurice Capovilla), Nossa Escola de Samba e Viramundo (Geraldo Sarno). Farkas foi responsável pela afirmação de um estilo de documentário que exercerá grande influência nas décadas seguintes. Da Caravana Farkas (1969/1970), que resultou em dezenove curtas e médias-metragem, saíram documentaristas que ocuparam posições importantes na produção audiovisual nacional tanto na televisão como no cinema.A UNESCO realizou pesquisas sobre a utilização dos recursos audiovisuais, patrocinou publicações sobre o tema, fomentou a produção de filmes e investiu na capacitação profissional do setor audiovisual. Várias dessas ações foram realizadas no Brasil com repercussões para o desenvolvimento do cinema e de forma mais ampla para o setor do audiovisual. Essas repercussões manifestaram-se não só no âmbito das políticas para o setor, como também nos pressupostos estéticos e teóricos adotados. Sendo assim, a presente pesquisa tem em vista mapear aquelas proposições da UNESCO que repercutiram na produção e circulação dos filmes documentários no Brasil. Também nos interessa investigar a reflexão patrocinada pela UNESCO a respeito dos vínculos entre o filme documentário e os processos educativos, divulgados amplamente em documentos, publicações, seminários e material impresso da própria instituição. A investigação realizar-se-á nos documentos oficiais da entidade, em documentos de órgãos nacionais e internacionais, em publicações e entrevistas com documentaristas e técnicos que participaram dos projetos do setor cinematográfico daquele período. Espera-se obter como resultado um mapeamento das políticas da UNESCO no campo do cinema documentário, uma identificação dos pressupostos teóricos, estéticos e políticos adotados nessas ações e os impactos para o desenvolvimento do audiovisual no Brasil.

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