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Fotoetnografia: o ato fotográfico no intrigante discurso do grafite

Processo: 10/03378-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Vigência (Início): 01 de agosto de 2010
Vigência (Término): 31 de julho de 2012
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Fotografia
Pesquisador responsável:Etienne Ghislain Samain
Beneficiário:Erna Raisa Lima Rodrigues de Barros
Instituição Sede: Instituto de Artes (IA). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Etnografia   Identidade cultural   Representação (artes)   Grafite   Espaço urbano
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:cultura | Fotografia | grafite | Identidade | Imagem | Fotoetnografia

Resumo

Este trabalho busca analisar a relação da fotografia com a representação do universo de imagens desenvolvidas por grupos urbanos através da prática do grafite, como faceta de estudo do ato fotográfico junto ao processo de desenvolvimento da cultura dos indivíduos do perímetro urbano. A imagem do grafite, com seus dados sígnicos próprios, associada a outras imagens existentes no entorno do qual o grafite é feito, o ambiente em si, que dá também forma à imagem, compõem sua expressão visual e provoca nos receptores desse conjunto imagético (além de no próprio criador da imagem) pensamentos e idéias que lhe atribuem vida. E é com um estudo fotoetnográfico desse tema que esta pesquisa busca a captação desses elementos, através do pressuposto de que a práticas visuais produzida nas ruas se estabelecem como um meio de comunicação do sujeito contemporâneo que afirmam sua identidade. Busca-se então um estudo voltado para a possibilidade de articular o registro fotográfico dessa prática urbana, o grafite, com os pensamentos que geram a imagem e aqueles geradas por ela. Já que, segundo Etienne Samain, toda imagem nos oferece algo a pensar. Ele afirma ainda que há de um lado o pensamento daquele que produziu a fotografia, a pintura, o desenho; e de outro, o pensamento de todos aqueles que olharam para eles, todos esses espectadores que "incorporaram" neles, seus pensamentos, suas fantasias, seus delírios e, até, suas intervenções. A imagem do grafite no perímetro urbano, por exemplo, e a influência que gera no âmbito sociocultural dos sujeitos que a recebem, produzem reflexões no campo da comunicação visual cada vez mais atualizadas, por ser uma prática contínua das ruas que revela, através de sua composição (cores, relevos, formas) sentidos próprios que foram compostos desde sua criação até o meio (espaço) escolhido para permanecer. Tal imagem agrega valor nas ruas à medida que o tempo passa e à medida, principalmente, que constitui a memória visual do ambiente onde está inserida. O uso da fotografia como narrativa desse processo, desde sua criação, a seu desenvolvimento e composição em um estudo fotoetnográfico, projeta uma nova forma de "crer" a imagem e entender como ela foi construída. Assim, tendo em vista uma contribuição enquanto pesquisa para uma reflexão crítica da fotografia atuando na geração de sentidos e valores em consonância com o processo criativo da imagem do grafite nas ruas, o diálogo entre o ato fotográfico e o discurso do grafite no contexto da produção artística contemporânea de ambos os suportes é um dos eixos dessa pesquisa, que une estudar "o que" a imagem pensa, o que ela "faz" pensar, "como" ela faz pensar e de que maneira esses pensamentos dialogam com os suportes a que são submetidas. Este estudo da imagem fotográfica do grafite baseia-se então na tríplice relação existente entre a simbologia buscada pelos criadores das imagens (grafiteiros), traduzidas através do grafite nos mais diversos espaços urbanos, a forma como a imagem se comunica e dialoga em seu ambiente "original", e o reconhecimento de suas identidades através da fotografia. Assim, tendo como ponto central a técnica fotoetnográfica como instrumento capaz de registrar, entender, e traduzir os valores sócio-culturais e estéticos dessas imagens em seu processo criativo, sua memória, e no valor atribuído a elas, procura-se entender "o que a imagem fala" e "como" fala, nesse diálogo entre a atividade cultural individual e o resultante na esfera coletiva. O grafiteiro tem uma história de vida que o leva às ruas para 'desenhar' sua arte. A forma como ele se apresenta, os objetos utilizados em sua obra, a forma como lida com os espaços vazios que irá ocupar, a seleção deles e a organização visual que estabelece no local são momentos que fogem a mera visualização da obra finalizada. Fazer do ato fotográfico um meio de 'preencher' esse vácuo é usar a imagem para explicar a imagem, ou ainda, a imagem para explicar o homem. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
BARROS, Erna Raisa Lima Rodrigues de. Os muros também falam: grafite: as ruas como lugares de representação. 2012. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Artes Campinas, SP.

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