Toxicidade, bioacumulação e padrões de recuperação em uma cadeia alimentar experimental aquática exposta a alimento contaminado com metal pesado.

Resumo

As microalgas estão na base das cadeias alimentares aquáticas. Os organismos zooplanctônicos constituem um elo entre produtores primários e níveis tróficos superiores, como os peixes, além de exercerem significativa influência na biomassa e na composição das espécies algais. Esses organismos estão sujeitos a diferentes níveis de estresse durante seu ciclo de vida. Caso os agentes estressores estejam presentes em concentrações subletais por um período longo de tempo, eles poderão alterar a fisiologia do organismo, decrescer sua reprodução e sobrevivência, influenciando suas taxas de produtividade secundária e a estrutura das populações e da comunidade. Dentre os elementos tóxicos lançados nos ecossistemas aquáticos e cujos efeitos despertam preocupação do ponto de vista de poluição ambiental, estão os metais pesados. A contínua entrada de metais pesados nos ambientes aquáticos constitui uma potencial ameaça aos ecossistemas naturais. As comunidades aquáticas podem ser expostas aos metais diretamente via água ou através de partículas alimentares. Uma nova abordagem nos estudos ecotoxicológicos tem considerado o alimento como uma potencial via de exposição aos organismos. Assim, a presente proposta visa avaliar os efeitos tóxicos do metal cádmio sobre os organismos de uma cadeia alimentar aquática experimental, envolvendo alga, zooplâncton e peixe, via contaminação alimentar. Serão investigados taxas de crescimento, parâmetros do ciclo de vida, taxas de alimentação, produção secundária, composição bioquímica, alterações histopatológicas (nos peixes), transferência e acumulação do metal pesado na cadeia trófica, bem como padrões de recuperação dos organismos estressados.