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O engenheiro Antônio Soares Romêo e a Belle Époque em Ribeirão Preto (1913-1923)

Processo: 08/03428-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Vigência (Início): 01 de agosto de 2008
Vigência (Término): 31 de julho de 2010
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História do Brasil
Pesquisador responsável:Márcia Pereira da Silva
Beneficiário:Elaine Cristina Caun
Instituição Sede: Faculdade de História, Direito e Serviço Social. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Franca. Franca , SP, Brasil
Assunto(s):Ribeirão Preto (SP)   Arquitetura e urbanismo   Cultura urbana   Cafeicultura   Belle Époque
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Arquitetura e Urbanismo | Cultura Urbana | Economia Cafeeira | História das artes | Ribeirão Preto | Cultura Cafeeira

Resumo

A presente pesquisa tem por objetivos refletir sobre as transformações urbanas sofridas pela cidade de Ribeirão Preto na passagem do século XIX para o século XX - período conhecido como Belle Époque - partindo da idéia de que tal processo constituiu-se em um contexto histórico mais amplo, iniciado na Europa no final do século XVIII (baseado nos princípios da burguesia industrial e iluminista) e que se estendeu durante os séculos XIX e XX para os demais continentes do Mundo. Em especial, trataremos de analisar Ribeirão Preto e suas novas experiências urbanas através da figura de Antônio Soares Romêo, engenheiro municipal, que atuou na cidade durante a administração de Joaquim Macedo Bittencourt e de João Rodrigues Guião. Ao mesmo tempo, abordaremos o momento histórico (1913-1923), como parte integrante de um processo urbano em constante modificação desde 1874, quando se ergueu a primeira Câmara Municipal. O caráter de organizador das obras públicas garantiu a Antônio Soares Romêo uma imagem de benfeitor e modernizador da localidade. Dado seu status social de homem letrado e culto, tendo se formado na Escola Politécnica de São Paulo, Soares Romêo participava da sociedade ribeirãopretana junto com as elites cafeeiras, formada pelos coronéis Francisco Schimdt e Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, e, rapidamente, alcançou o cargo público de engenheiro municipal da cidade, bem como, a partir de 1924, o cargo de lente do Gymnasio local e posteriormente, em 1934, assume o cargo de professor interino da Escola Politécnica de São Paulo, sendo ele o encarregado dos cursos de geometria e física da USP-SP. Para administrar as obras e embelezar a cidade de Ribeirão Preto, Antônio Soares Romêo se apropriou dos modelos de civilização, progresso e transformação urbanas em voga nas grandes cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, e nas duas metrópoles mundiais, Paris e Londres fin-de-siècle. A elevação de Ribeirão Preto à condição de cidade propiciou a atração de uma massa de imigrantes europeus, não apenas para o trabalho nas lavouras de café, mas também, para a ocupação crescente das áreas urbanas, o que serviu como forma de rendimento à municipalidade, através da cobrança de altos impostos à população residente no centro e áreas adjacentes. Ademais, os estrangeiros europeus introduziram na cidade novos costumes, hábitos, e uma nova maneira de pensar com novas referências culturais. Estes trabalharam maciçamente na construção civil, o que significou uma nova arquitetura e a modificação da configuração urbana. A urbanização de Ribeirão Preto, como em outras cidades do interior paulista desenvolveu-se de forma ambígua, fundada num ambiente extremamente difuso, rude e repleto de nuances. Nesse ambiente, Antônio Soares Romêo edificava e controlava as obras públicas e ao mesmo tempo arquitetava residências particulares que visavam atender os desejos e os gostos da elite cafeeira, ávida para viver ares europeus em pleno sertão d'Oeste. Embora representasse um projeto elitista, no início do século XX a dinâmica interna da cidade presenciava um considerável aumento da população, que, atraída pelo eldorado cafeeiro, passava a ocupar os espaços centrais criados pelos e para os coronéis (área formada pela atual Praça XV de Novembro), e exigindo da municipalidade a introdução dos novos signos do mundo moderno, como sistemas de água e esgotos, asfaltamento, arruamentos e iluminação pública, sendo assim, Antônio Soares Romêo tem papel fundamental no desenvolvimento da cidade, uma vez que era responsável pelo funcionamento da Diretoria de Obras, bem como pela função de engenheiro municipal. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
CAUN, Elaine Cristina. O engenheiro Antônio Soares Romêo e a modernização urbana de Ribeirão Preto nos tempos do café (1913-1923). 2010. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. Franca Franca.

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