A construção da espacialidade teatral: os processos de direção de arte do Grupo XIX de Teatro

Resumo

O projeto A (re)construção de espaços históricos sociais: investigações sobre o processo de criação cenográfica do grupo XIX de teatro pretende identificar, analisar e refletir sobre o processo de criação cenográfica realizado pelo Grupo XIX de Teatro/SP, tomando como base a trilogia histórica compreendida pelos espetáculos Hysteria (2001), Hygiene (2005) e Arrufos (2008). A pesquisa toma como referência a trajetória dos processos artísticos da companhia, as ocupações espaciais realizadas em sua sede na Vila Operária Maria Zélia (1917), em São Paulo, assim como as remontagens das peças feitas na forma de adaptação, em diversas cidades brasileiras e internacionais. A partir desta experiência, o trabalho de direção de arte é desenvolvido em espaços históricos geralmente abandonados e em desuso, outrora espaços sociais coletivos, através da ocupação, intervenção e habitação destes, repensando o relacionamento com a memória da cidade e do espectador, da sociedade e suas formas de organização. Esta prática, emblemática no trabalho do grupo, possibilita estabelecer relações integradas entre cena, platéia e arquitetura, com abordagens específicas do espaço cênico e seu ambiente em cada um dos espetáculos. O projeto oferece uma contribuição ao debate sobre a cenografia contemporânea ao mostrar como espaço, memória, teatro e participação atuam conjuntamente na construção de uma obra aberta em constante transformação, complementando a produção acadêmica na área. (AU)