Duas rainhas, um principe e um eunuco: genero, sexualidade e as ideologias do masculino e do feminino nos estudos sobre a bretanha romana.

Resumo

Os estudos da Romanização, termo cunhado e, principalmente, consolidado nos meios acadêmicos ao final do séc. XIX e começo do XX, procuram dar conta de um complexo fenômeno de expansão territorial e cultural do Império Romano. Contudo, tais estudos trazem consigo uma pesada carga de discursos de caráter nacionalista e, não raramente, refletem e justificam interesses expansionistas modernos. O movimento Pós-Colonialista fez da Romanização um campo fértil para investigações que buscam demonstrar como se mesclaram os discursos imperialistas antigos e modernos, além de estabelecer como se criaram os liames entre os usos do poder e as negociações identitárias da Antigüidade e do presente. Este estudo procura mostrar como as relações de gênero e as sexualidades são indissociáveis das questões de identidade e como foram percebidas, apropriadas e moldadas nos estudos sobre a Romanização. A aplicação de novas teorias de gênero e de identidades sexuais pode oferecer novas interpretações do passado, mais preocupadas com a diversidade sócio-cultural humana. (AU)