Escritores brasileiros na correspondencia passiva do critico literario plinio barreto.

Resumo

O acervo do escritor, advogado e político paulista Plínio Barreto (1882-1958), pertencente à Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes (SP), congrega substanciosa correspondência passiva (1611 documentos), a qual fornece valiosos subsídios memorialísticos para se compreender eventos histórico-culturais da primeira metade do século XX. Tendo Plínio Barreto atuado como crítico literário, encontra-se em seu acervo expressiva quantidade de cartas tecendo considerações sobre suas resenhas comentando eventos do campo da literatura, mensagens assinadas por Oliveira Lima, Jackson de Figueiredo, Monteiro Lobato, Godofredo Rangel, Valdomiro Silveira, Afonso E. Taunay, Léo Vaz, Paulo Setúbal, Martins Fontes, Vicente de Carvalho, Amadeu Amaral, Oliveira Viana, Nestor Victor, Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo, Francisco de Assis Barbosa, Hélio Viana, Roquette-Pinto, Paulo Prado, Guilherme de Figueiredo, Josué de Castro, entre outros. Embora a produção do crítico encontre-se quase integralmente inédita em livro, a sua atuação é reconhecida por estudiosos como Antônio Cândido, o qual afirma que Plínio Barreto "encarna, admiravelmente, as melhores e mais sólidas qualidades do jornalismo crítico. [...] Não é um teórico nem um erudito, não é um esteta, nem um novo retórico; é um crítico". Este projeto tenciona produzir uma extensa seleta anotada de cartas de escritores no Acervo Plínio Barreto, como fonte para se apreender novos aspectos constitutivos do sistema literário Vigente na época. Essa documentação permitirá a percepção dos valores estéticos do período, o espelhamento da "vida literária" e uma melhor compreensão das relações entre jornalismo, crítica e epistolografia, dimensões que serão exploradas na dissertação de mestrado. (AU)