Paleointensidade do campo magnetico terrestre no proterozoico.

Resumo

Recentemente, modelos teóricos foram propostos para a evolução do núcleo terrestre que sugerem um crescimento tardio do núcleo interno sólido, entre 1700 e 500 Ma. Tal mudança na estratificação do planeta tem fortes conseqüências para a estabilização do campo magnético terrestre, que é originado no núcleo externo condutor, e cujo registro mais antigo data de 3500 Ma. No entanto, o conhecimento da variação da intensidade do campo terrestre para idades entre 3500 e 500 Ma é ainda muito pobre. Apenas duas dezenas de medidas da paleointensidade estão disponíveis para este intervalo, que corresponde à cerca de 475 de todo o tempo geológico. Essa escassez de dados é particularmente importante nas regiões cratônicas que hoje formam o continente sul-americano, que não apresentam sequer um dado de paleointensidade para idades mais antigas que o mesozóico. Neste projeto pretende-se utilizar a técnica de Thellier-Thellier para estudos de paleointensidade com o objetivo de obter dados dentro dos limites de idade propostos no modelo teórico. Os alvos a serem estudados serão as vulcânicas ácidas da suíte Colider, com idades entre 1,80 e 1,77 Ga, e as intrusivas e vulcânicas máficas de Nova Floresta, com idade em torno de 1,2 Ga, para os quais dados paleomagnéticos já estão publicados ou estão sendo obtidos atualmente. (AU)