Produção do hormônio folículo-estimulante bovino recombinante (rbFSH) em células de mamíferos

Resumo

O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, fazendo com que exploração estratégica das cadeias produtivas de carne e leite bovinos seja um fator de extrema relevância para que o país se beneficie ao máximo de sua posição no mercado agropecuário global. Tecnologias de reprodução como a inseminação artificial em tempo fixo, transferência de embriões e a fecundação in vitro são ferramentas cada vez mais utilizadas para o aumento da produtividade, permitindo a produção em larga escala de bezerros com alto padrão genético. Em todas estas técnicas são empregados protocolos de modulação hormonal. Dentre os hormônios mais utilizados no tratamento hormonal em vacas figura o hormônio folículo estimulante (FSH). Todos os produtos comerciais de FSH disponíveis no mercado brasileiro são importados. Tamanha é a importância econômica deste insumo que o incentivo ao desenvolvimento de um produto nacional encontra-se expressamente incluso na lista de alvos estratégicos da Política de Desenvolvimento da Biotecnologia do Governo Federal. Além disso, o FSH comercializado é de origem porcina (pFSH) e extraído da hipófise de suínos abatidos, apresentando contaminação por hormônio luteinizante (LH) e potencial fonte de patógenos como vírus e príons, além de apresentar variabilidade na potência, inclusive entre lotes do mesmo produto. A proposta deste projeto é a produção recombinante do FSH bovino (rbFSH) em células de mamífero, com foco na geração de moléculas com um perfil de glicosilação que confira maior atividade do hormônio, resultando em um produto homogêneo, bem caracterizado, seguro, com alto grau de pureza e bioatividade. (AU)