Auxílio à pesquisa 17/12702-0 - Gramática, Análise linguística - BV FAPESP
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Línguas Indígenas: tradição, universais e diversidade

Processo: 17/12702-0
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2017
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2019
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Linguística
Pesquisador responsável:Luciana Raccanello Storto
Beneficiário:Luciana Raccanello Storto
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:14/50764-0 - Contato e mudança linguística no Alto Rio Negro, AP.R
Assunto(s):Gramática  Análise linguística  Multilinguismo  Línguas indígenas  Tradição oral  Amazônia  Publicações de divulgação científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Amazonia | descrição e análise linguística | gramática | línguas indígenas brasileiras | Multilinguismo | Tradições orais | Linguística Indígena

Resumo

A tendência é que as 150 línguas faladas hoje em território nacional desapareçam completamente nos próximos 100 anos, pois trata-se de línguas representadas por um número baixo de falantes e que já estão deixando de ser faladas por crianças em muitas comunidades. Este livro apresenta ao leitor o tema línguas indígenas, com dois objetivos imediatos: (1) informar os resultados de pesquisas recentes sobre línguas brasileiras em uma linguagem acessível ao leitor universitário, exemplificando os resultados da ciência linguística nessa área do conhecimento; (2) estimular o surgimento de novos estudiosos e ativistas das línguas indígenas, para que o quadro de ameaça em que elas se encontram atualmente possa ser revertido. Quando uma língua nativa desaparece, vai-se com ela uma parte da tradição e diversidade humana sobre a terra, já que desparece uma porção substancial da herança cultural do povo que a fala, pois trata-se de línguas de transmissão oral, sem registro escrito. Perde-se também a arte verbal, o estilo poético dos narradores e suas técnicas de construção de sentidos e efeitos desenvolvidos por representantes daquela cultura através de gerações. A perda da língua, neste caso, implica a perda da sua literatura. Quando uma língua deixa de ser falada, perde-se também diversidade linguística e cultural. Especialmente entre as línguas indígenas brasileiras, trata-se de uma perda irreparável, pois 20% dessas línguas e culturas nunca foram registradas ou estudadas. Dentre os vários aspectos linguísticos, estão características gramaticais que podem ser únicas daquele idioma (a sua diversidade) ou já conhecidas pelos linguistas em outras línguas (os universais). Finalmente, a história da língua e do povo que a fala fica mais pobre quando uma língua morre, pois é possível reconstruir a pré-história de uma região ao se reconstruir o vocabulário das línguas que eram faladas ali no passado. O capítulo 1 introduz informações atualizadas sobre as línguas nativas do Brasil, apresentando as terras indígenas do país, as principais famílias linguísticas e línguas isoladas, e o número aproximado de falantes frente ao número total de membros de cada comunidade. No capítulo 2 foram escolhidas três regiões onde a diversidade linguística é especialmente alta: O Noroeste Amazônico, o Sul de Rondônia e o Parque Indígena do Xingu. Conhecendo um pouco da história destas regiões, adentraremos um Brasil que ficou de fora da história oficial estudada nas escolas e constataremos a riqueza do patrimônio histórico imaterial codificado dentro das línguas e culturas indígenas. Os capítulos 3 a 5 tratam da gramática das línguas. Nele, são apresentados alguns fenômenos interessantes em cada uma das subáreas da linguística - fonética, fonologia (capítulo 5), morfologia, sintaxe (Capítulo 3), semântica e pragmática (Capítulo 4) - que servirão de exemplo da complexidade gramatical presente nas línguas brasileiras. A arte verbal construída a partir de estruturas linguísticas é discutida no capítulo 6. Através da análise de uma narrativa ritual dos Karitiana (língua Tupi de Rondônia), e Kuikuro (língua Karib, do Xingú) exemplifica-se como a manipulação da informação gramatical da língua pode ser usada para criar sentidos poéticos dentro da narrativa. Exercícios são disponibilizados como forma de avaliar a compreensão das informações veiculadas e dos fenômenos discutidos. Respostas aos exercícios são fornecidas no final do livro. Esperamos que os exercícios e boxes sejam úteis a alunos e professores que venham a usar este material em sala de aula em busca de conhecimento sobre as tradições e inovações linguísticas dos povos indígenas do Brasil. (AU)

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