Auxílio à pesquisa 17/06218-9 - Associativismo, Movimentos negros - BV FAPESP
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As cores da cidadania: os clubes negros do estado de São Paulo (1897-1952)

Resumo

Este projeto visa investigar aspectos do associativismo negro pouco estudados pela bibliografia, acerca da experiência coletiva de homens e mulheres daquele grupo social no estado paulista. Tais experiências dizem respeito à organização autônoma em associações historicamente nomeadas como sociedades beneficentes, recreativas, grêmios, sociedades, clubes (contemporaneamente denominadas clubes sociais negros por seus ativistas), clivadas pela diferença étnica e criadas como formas de atuação face ao preconceito e discriminação raciais enfrentados em diferentes cidades do estado ao longo de sua presença histórica naqueles contextos. Entre suas funções, criar espaços de sociabilidade, auxílio, recreação, instrução, lazer, apoio mútuo e solidário aos associados negros que não encontravam lugar em instituições correlatas não-negras. As associações destacadas para o estudo iniciam suas atividades antes de se completarem dez anos da Abolição formal da escravidão. Algumas delas atravessaram o século XX e se encontram em atividade nos dias vigentes, com suas sedes localizadas atualmente nos centros de importantes cidades paulistas. O estado de São Paulo possui o quarto clube social negro mais antigo do Brasil em atividade fundado em Jundiaí em 1897, marco inicial para este projeto. Apesar disso, não há um número significativo de pesquisas sobre o assunto, comparado a outras regiões do país, com atividades semelhantes. O período temporal acompanha, portanto, a fundação do clube social negro paulista mais antigo em atividade até outros fundados na metade do século XX. Transformações políticas e culturais importantes em âmbito local, estadual e nacional, bem como as modificações na própria maneira de frações do grupo social negro almejarem um querer coletivo têm o potencial de serem estudadas por este projeto, que se divide em eixo geral amplo acerca do debate sobre o associativismo negro e se ramifica por pesquisas individuais, visando explicitar as similaridades e diferenças nas experiências locais dos clubes sociais negros, assim como os alcances e limites de suas ações como formas de organização do grupo social negro na ordem social competitiva, no exercício e reivindicação quotidianas da cidadania e seus direitos. Além das pesquisas individuais que incidem empiricamente sobre objetos, espaços e tempo variados, o projeto desenvolve atividades coletivas que visam a divulgação de fontes e produção de instrumentos de pesquisas acerca do associativismo negro paulista; a reprodução digital de acervos para preservar fontes em perigo e facilitar a pesquisa; e a disponibilização de informações sobre conjuntos documentais importantes para essa área de estudo. (AU)

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