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A clínica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento: psicanálise, política e cultura

Processo: 16/07663-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Vigência: 01 de agosto de 2016 - 31 de julho de 2017
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia - Tratamento e Prevenção Psicológica
Pesquisador responsável:Miriam Debieux Rosa
Beneficiário:Miriam Debieux Rosa
Instituição Sede: Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Psicanálise  Laço social  Cultura (sociologia)  Violência  Política  Trauma psicológico  Livros  Publicações de divulgação científica 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Clínica Psicanalítica | cultura | Laço Social | Política | trauma | Violência | Psicanálise

Resumo

O livro A clínica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento propõe, sob um eixo condutor - práticas psicanalíticas em contextos sociais violentos, uma articulação entre clínica, cultura e política. Apresenta como formato, uma compilação das principais ideias e textos produzidos neste tema pela autora e colaboradores, até então dispersos em artigos, capítulos de livro ou apresentações de trabalhos realizados nos últimos anos. O material foi apresentado como Tese de Livre Docência no Instituto de Psicologia da USP. O livro A clínica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento, apresenta impasses, vicissitudes e direções da prática psicanalítica e seu campo epistemológico teórico-clínico de articulação entre psicanálise, política e cultura. Apresenta a experiência psicanalíticas realizada em contextos sociais violentos, ou seja, modalidades de intervenção junto a sujeitos submetidos a violências em suas diversas formas: exclusão social, pobreza, racismo, indiferença, humilhação, imigração forçada. As práticas clínicas foram realizadas especialmente junto a imigrantes forçados, refugiados e a adolescentes, particularmente aqueles em conflito com a lei, assim como com populações que enfrentam miséria e exclusão. As intervenções nos remetem ao cenário social, político e cultural e suas estratégias políticas de pertença, exclusão, governo e controle. Cenários que propõem laços sociais que promovem tanto a constituição do lugar de sujeito, como a sua destituição deste lugar. Detectar a política, que engendra gozo e desejo na cena, situa o sujeito e permite que ressignifique o seu desejo em sua função de causa. O sujeito não é o indivíduo justamente no ponto em que o singular de seu desejo o situa em uma conjuntura que busca determiná-lo e exercer seu poder no escuro das relações. Nesse ponto do laço social comparece a política da psicanálise, da falta a ser. Dito de outro modo, o trabalho analítico vai permitir ao sujeito deparar-se com o desejo que o causa, desejo esse inserido e significado no campo do jogo relacional e suas determinantes históricas, culturais e políticas. Autores como Walter Benjamim, Karl Marx, Hannah Arendt, Giorgio Agamben, Michel Foucault, Norbert Elias, Slavoj Zizek, Zygmunt Bauman, entre outros, auxiliam-nos a abordar as faces da política. Na perspectiva psicanalítica os laços sociais remetem à condição constitutiva do homem e da civilização, condição esta que inaugura a entrada do homem na linguagem e na cultura e que o insere simultaneamente no jogo relacional, afetivo, libidinal e também no jogo político. Os laços sociais têm seu fundamento na linguagem, mas, a partir desse ponto são laços discursivos, ou seja, materializam-se nos modos de relação em um dado tempo e lugar, pautando a construção da história de cada um, inserida no campo discursivo de seu tempo. No decorrer do trabalho vamos demonstrar que os discursos que circulam num dado tempo indicam os modos de pertencimento possíveis para cada sujeito, atribuindo a cada um valores, lugares e posições no laço social. Em determinados campos sociais, que entendemos violentos, esses discursos procuram equiparar-se ao campo simbólico da cultura e da linguagem, naturalizando essas atribuições e evitando dar visibilidade aos embates sociais e políticos presentes na sua base. A invisibilidade dos conflitos gerados no e pelo laço social, vamos demonstrar, recai sobre o sujeito, individualizando seus impasses, patologizando ou criminalizando suas saídas. As questões aqui apontadas serão abordadas em vários tópicos com um condensado das questões que abordam. Apresentaremos os seguintes capítulos: Clínica psicanalítica frente ao desamparo social e discursivo: impasses e direções do tratamento; Cena social: gozo e experiência; Conceitos articuladores da Psicanálise com o campo social; Trauma e violência: a clínica do traumático na imigração forçada; Vitimização, implicação e ... (AU)

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