Estudo da diversidade molecular de linhagens de Staphylococcus aureus isolados de mastite bovina

Resumo

A mastite é considerada a enfermidade de maior impacto na pecuária leiteira mundial sendo que no Brasil, estimam-se perdas de produção entre 12 e 15%, o que significa cerca de três bilhões de litros de leite/ano. No entanto, apesar da adoção das atuais práticas de manejo para minimizar a ocorrência da mastite, os resultados não são satisfatórios para o controle da mastite por Staphylococcus aureus, o principal agente causador da mastite bovina. Além da importância veterinária, também existem implicações na saúde humana devido ao potencial de disseminação zoonótica do S. aureus por meio de produtos lácteos não pasteurizados, e devido ao uso extensivo de antibióticos no tratamento e controle da doença. A epidemiologia molecular é importante para o conhecimento da diversidade genética dos agentes causadores de mastite de uma região ou país, da distribuição de grupamentos de patógenos dentro e entre rebanhos e a sua relação filogenética. A tipagem por sequenciamento tanto de um único lócus (SPA typing), como de multilocus (MLST) tem sido utilizada com sucesso para investigar a estrutura populacional de bactérias patogênicas, principalmente para S. aureus, sendo adequada para estudos epidemiológicos pois fornece dados que podem ser comparados entre diferentes laboratórios. A comparação do perfil (sequência tipo ST) entre S. aureus de diferente origens (animais e propriedades) é útil na compreensão do papel desses hospedeiros como reservatórios para linhagens patogênicas e dos aspectos epidemiológicos envolvidos na transmissão desse patógeno. O presente projeto tem como objetivo compreender a diversidade genética do S. aureus isolados de mastite bovina, identificar possíveis novos perfis de ST, além de conhecer a distribuição dos ST no espaço e no tempo. (AU)