Mecanismos fisiopatológicos e intervenções neuroprotetoras em um modelo animal progressivo de doença de parkinson

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa relacionada ao envelhecimento mais prevalente. Com importantes prejuízos motores, além de outros sintomas não-motores (como déficits cognitivos), sua fisiopatologia é caracterizada por perda neuronal progressiva, e não há intervenção que retarde a degeneração. No processo degenerativo, é consenso que há envolvimento do estresse oxidativo neuronal, processos inflamatórios e acúmulo da proteína ±-sinucleína, levando eventualmente à morte principalmente de neurônios dopaminérgicos, ressaltando a relevância da investigação de estratégias neuroprotetoras. Os modelos animais de DP usuais apresentam limitações para o estudo de tais estratégias, pois são induzidos por injeções de neurotoxinas com dano motor imediato e severo, não sendo possível avaliar possíveis retardos na progressão dos sintomas. Propusemos um tratamento repetido com uma dose baixa de reserpina (RES, inibidor do transportador vesicular de monoaminas) para o estudo da progressão da DP. Em altas doses, promove imediato dano motor. A administração repetida de uma dose dez vezes menor que a usual produz déficits motores progressivos e sintomas não-motores, acompanhados por dano oxidativo e redução na marcação para tirosina hidroxilase (enzima de síntese de dopamina). Embora esse protocolo tenha se mostrado promissor, é necessária uma melhor caracterização de aspectos fisiopatológicos condizentes com a patologia em humanos. Aqui pretendemos: 1- estender a validação do modelo progressivo para o estudo da DP investigando parâmetros indicativos de processos inflamatórios, morte neuronal e níveis de ±-sinucleína e 2- verificar os efeitos de antioxidantes clássicos e um produto natural com potencial antioxidante sobre o desenvolvimento das alterações comportamentais e neuronais de ratos submetidos ao modelo progressivo de DP induzido por reserpina. Os resultados serão comparados com os efeitos de tais estratégias neuroprotetoras em modelos agudos convencionais. (AU)