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A persistência do passado: patrimônio e memoriais da ditadura em São Paulo e Buenos Aires

Processo: 15/06037-9
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Vigência: 01 de junho de 2015 - 31 de maio de 2016
Área do conhecimento:Ciências Humanas - História - História da América
Pesquisador responsável:Maria Helena Rolim Capelato
Beneficiário:Maria Helena Rolim Capelato
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Governo militar  Ditadura  Memória  Patrimônio  História latino-americana  Brasil  Buenos Aires  Livros  Publicações de divulgação científica 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Ditadura Militar | memória | patrimônio | História da América Latina

Resumo

A prática de preservação de bens móveis e imóveis como patrimônio cultural existe, de maneira institucionalizada no Brasil e na Argentina desde a década de 1930, vinculada a uma ideia de nacionalidade e de nação, a partir de uma origem comum a todos. As décadas de 1960 e 1970 ficaram marcadas pelos sucessivos golpes militares que levaram à implantação de ditaduras por toda a América Latina. A década de 1980, por outro lado, marcou o retorno da Democracia a muitos países, e com isso, a reivindicação por distintas memórias sobre os anos de terror que foram impostos às suas sociedades. O presente trabalho visa analisar, em perspectiva comparada, de que forma alguns edifícios simbólicos da ditadura civil militar de São Paulo e de Buenos Aires foram declarados patrimônio cultural de suas sociedades, como prática de reparação ou de reconhecimento de valores subjetivos intrínsecos àqueles lugares. Para tanto, foram estudadas as atuações do Condephaat e da Comisión para la Preservación del Patrimonio Histórico Cultural (CPPHC) na preservação dos prédios da Maria Antônia e do Presídio Tiradentes, no Brasil e do Club Atletico e do Olimpo, na Argentina. Em análise destacada, foram estudados os processos de tombamento do Antigo DOPS pelo Condephaat e da ESMA pela CNMMyLH, que tiveram suas reformas mais recentes examinadas em profundidade. Essa abordagem permitiu identificar se as reformas seguiram critérios técnicos preconizados em Cartas Patrimoniais, além de identificar como impactaram na conversão desses em memoriais que remetem a uma memória sobre a ditadura (a memória de pessoas diretamente atingidas pela violência dos órgãos de repressão), e, portanto, em sítios de consciência.Essa pesquisa aborda a questão da prática de preservação de memórias difíceis por parte desses órgãos e identifica alguns dos conflitos sociais que permearam tais processos. O patrimônio, entendido como portador de valores simbólicos que permeiam uma sociedade e, portanto, objeto de disputas, não é reflexo de um consenso, e a preservação desses locais é essencial para que o debate se mantenha na sociedade, estimulando reflexões sobre os sentidos do presente e as perspectivas para o futuro por meio do patrimônio cultural. (AU)

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