Como a época do fogo afeta a vegetação do cerrado?

Resumo

A presente proposta tem como objetivo principal estudar o efeito da época da queima em campo sujo em diferentes regiões do Brasil: Goiás, Tocantins e São Paulo. Por isso, este projeto visa o estabelecimento de parcelas experimentais permanentes com queimas, caracterizando desta maneira o comportamento do fogo nas diferentes épocas do ano (começo, meio e final da época seca). Evidentemente, os resultados deste projeto serão apenas dos efeitos da vegetação a curto prazo, mas não obstante, o estabelecimento de parcelas permanentes é de fundamental importância para se entender os efeitos do fogo em diferentes regiões do Brasil, uma vez que o Cerrado é tão diverso em fisionomias, espécies e atributos funcionais. Esta proposta também pretende analisar as mudanças na flamabilidade da vegetação nas diferentes épocas do ano, através do levantamento de diversos atributos da vegetação. A dinâmica da vegetação aérea, assim como do banco de sementes e as estratégias de persistência também serão avaliadas, com o objetivo de se entender como o fogo em diferentes épocas afeta a regeneração e dinâmica da vegetação, principalmente o estrato herbáceo-subarbustivo. Finalmente, este projeto avaliará os efeitos das queimas em diferentes épocas na produtividade do campo sujo, assim como no fluxo de carbono deste ecossistema, auxiliando desta forma, na elaboração de planos de manejo para as unidades de conservação. Um banco de dados de atributos (anatômicos, morfológicos e fisiológicos) relacionados ao fogo será elaborado. Estudos com tal abordagem são escassos na literatura científica nacional. Portanto, a proposta tem caráter inédito, uma vez que estará lidando com diversos aspectos relacionados ao fogo: comportamento do fogo, efeitos na vegetação (estrato herbáceo-arbustivo, aérea e subterrâneo), fluxo de carbono, germinação de espécies do Cerrado pós-fogo, incluindo estudos anatômicos de sementes e plântulas, e até com um banco de dados de comunidades campestres com atributos morfológicos, se possível, fisiológicos. Desta forma, os efeitos do fogo na vegetação poderão ser interpretados de maneira mais eficiente e generalizados para outras áreas. (AU)