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Porta-enxerto e ambiente: influência na multiplicação de Liberibacter e Diaphorina citri, na dinâmica de brotações e nos danos induzidos por Huanglongbing em citros

Processo: 14/12534-2
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de dezembro de 2014 - 31 de maio de 2017
Área do conhecimento:Ciências Agrárias - Agronomia - Fitossanidade
Pesquisador responsável:Sílvio Aparecido Lopes
Beneficiário:Sílvio Aparecido Lopes
Instituição Sede: Fundo de Defesa da Citricultura (FUNDECITRUS). Araraquara , SP, Brasil
Pesquisadores associados: Evan G. Johnson ; James Herbert Graham
Assunto(s):Doenças de plantas  Greening (doença de planta)  Candidatus liberibacter  Diaphorina citri  Citrus  Porta-enxertos 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Ca | Diaphorina citri | Epidemiologia | Huanglongbing | Liberibacter spp | perdas | Fitopatologia e Entomologia

Resumo

Huanglongbing (HLB) é a doença mais destrutiva dos citros. No Brasil está associado às bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e Ca. L. americanus, que colonizam o floema, sendo disseminadas pelo psilídeo Diaphorina citri, inseto altamente prolífico e de difícil controle. Todos os citros são suscetíveis e não existe cura para a planta doente. A única forma de conter seu avanço é reduzir fontes de inóculo e a população do vetor ao nível regional. Isto é obtido por meio da eliminação das plantas sintomáticas e aplicações de inseticidas em áreas extensas. Contrário com o que ocorre com a aplicação de inseticidas, a eliminação de plantas, por razões óbvias, é de difícil aceitação pelo citricultor. Como resultado, plantas doentes permanecem no campo por longo tempo contribuindo para o aumento das perdas e disseminação do patógeno. O desenvolvimento de plantas cítricas geneticamente modificadas (CGM) resistentes ao patógeno tem sido, portanto, ansiosamente aguardada como a medida alternativa mais promissora de combate ao HLB. Mas é consenso entre especialistas que mesmo depois que CGM resistente esteja disponível, o manejo do HLB vai continuar exigindo redução de inóculo e controle do vetor. A razão está na alta probabilidade de que a resistência que por ventura venha a ser incorporada em citros não será completa. E mesmo que seja completa, sob alta pressão de inóculo e vetor, seu tempo de exploração poderá ser curto em decorrência da seleção de linhagens de Liberibacter virulentas ao novo material resistente. Portanto, as medidas hoje em uso precisam ser aprimoradas e novas estratégias de controle precisam ser investigadas e isto só é conseguido, conforme enfatizado por Chiyaka et al (PNAS 2012 109:12213-12218), com um melhor entendimento de todos os componentes do patossistema HLB, ou seja, da planta hospedeira (uma combinação de duas espécies - porta enxerto e copa), do patógeno, do vetor e do ambiente. Com relação à planta, as pesquisas têm focado no porta-enxerto. Estudos na Flórida indicam existir porta-enxertos que promovem maior vigor às copas de laranjeiras, inclusive de plantas com HLB. Não se sabe ao certo a causa deste fenômeno. O porta-enxerto poderia estar promovendo maior vigor ao sistema radicular ou reduzindo a velocidade de colonização da planta pela bactéria. Sob o ponto de vista epidemiológico há que se considerar uma possível influência indireta do porta-enxerto também sobre o vetor. Ao alterar a dinâmica de brotações da copa (locais preferidos para alimentação e oviposição), o porta-enxerto pode tornar uma laranjeira mais ou menos favorável à multiplicação do vetor e, ao mesmo tempo, mais ou menos vulnerável a infecções. Quanto ao ambiente, os estudos têm focado na temperatura, a qual pode afetar o hospedeiro, o vetor e o patógeno. Temperaturas amenas favorecem a expressão dos sintomas (mais intenso no outono e inverno) enquanto que altas temperaturas favorecem o desenvolvimento do vetor e, dependendo da intensidade e duração, podem afetar negativamente as duas Liberibacters. Desconhece-se neste momento se a temperatura afeta a bactéria também no corpo do vetor bem como no seu estabelecimento em novas brotações. O efeito negativo do ambiente sobre o patógeno ajuda a explicar a progressão irregular do HLB em São Paulo. A partir da região central, aonde ocorreu o primeiro relato e aonde mais altas incidências têm sido constatadas, a doença se disseminou mais lentamente para as regiões de verões mais quentes, apesar da proximidade de tecidos suscetíveis (proporcionado pela proximidade entre as propriedades citrícolas) e presença endêmica do vetor teoricamente favorecer a progressão uniforme da doença para todas as regiões. Diante do exposto, pretende-se com esta proposta gerar informações visando um melhor entendimento da influência do porta-enxerto e do ambiente sobre a multiplicação de Liberibacter e Diaphorina citri, sobre o crescimento de brotações na copa, e sobre os danos induzidos por HLB em citros. (AU)

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