Neurotoxicidade induzida pela exposição à fumaça do cigarro e pela metil éster anidroecgonina, produto de pirólise da cocaína

Resumo

Neurotoxicidade é qualquer efeito adverso na estrutura e/ou na função do sistema nervoso. Nesse contexto, este projeto visa o estudo da neurotoxicidade da fumaça do cigarro in vivo e da metil ester anidroecgonina (AEME) in vitro. O foco do estudo da exposição à fumaça do cigarro é a plasticidade sináptica e o sistema endocanabinoide. Camundongos C57/BL serão expostos à fumaça do cigarro 3R4F a partir de P3 até P14 por 2 h diárias. Os animais serão eutanasiados em P15 (infância), P35 (adolescência) e P65 (adulto). No hipocampo, cerebelo, estriado e tronco encefálico serão quantificados marcadores da plasticidade sináptica e estrutural, além de receptores e enzimas do sistema endocanabinoide, por immunoblotting, PCR em tempo real e imunofluorescência. Ainda, para entender as alterações provocadas pela exposição à fumaça do cigarro de uma forma dinâmica será utilizada a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) em um estudo longitudinal. A exposição ao AEME, por sua vez, será realizada em cultura primária de neurônios hipocampais. Esse estudo tem como foco os mecanismos de morte neuronal, bem como as vias envolvidas nos processos. Assim, será realizada a caracterização morfológica do neurônio, com ênfase em autofagia, análise de danos em DNA e investigação de ambas as vias da apoptose, em comparação aos danos causados com a exposição à cocaína e à exposição concomitante de AEME e cocaína. Marcadores de morte celular e de autofagia serão quantificados por immunoblotting e citometria de fluxo. Além disso, a função mitocondrial será avaliada polarograficamente com eletrodo de oxigênio tipo Clark, em oxígrafo Gilson; os danos de DNA por HPLC-DAD e as alterações morfológicas serão avaliadas por microscopia confocal e espectrofotometria. (AU)