Auxílio à pesquisa 14/08731-7 - Democracia, Estado de exceção - BV FAPESP
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Democracia e Estado de exceção: transição e memória política no Brasil e na África do Sul

Processo: 14/08731-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Filosofia Brasileira
Pesquisador responsável:Edson Luis de Almeida Teles
Beneficiário:Edson Luis de Almeida Teles
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Assunto(s):Democracia  Estado de exceção  Administração de conflitos  Autoritarismo (sistemas de governo)  Brasil  África do Sul 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Democracia | Estado de Exceção | herança autoritária | memória | perdão | transição | Filosofia Política Contemporânea

Resumo

As catástrofes coletivas impostas pelos regimes autoritários, sejam eles racistas, tal como o apartheid na África do Sul, sejam eles diretamente políticos, tal como a ditadura militar no Brasil, implicam esforços diários de reflexão e ação política. O que caracteriza estes governos é a violação aos direitos de seus cidadãos por meio de um brutal aparato policial-militar. E o pior: todo esse esquema foi montado e mantido pelo Estado, que institucionalizou a prisão, a tortura, o desaparecimento e o assassinato. As sociedades têm enfrentado o seguinte problema: como conciliar o passado doloroso com um presente democrático, administrando os conflitos que com a mera passagem institucional de um governo de exceção para um democrático não se encerraram. Isto porque as violações aos direitos humanos não se restringiram às instituições políticas, mas, indo muito além, atingiram os indivíduos e alteraram significativamente a subjetividade dessas sociedades. A oposição entre a razão política pacificadora do Estado e as memórias doloridas sobre a ditadura militar brasileira obstrui a expressão pública da dor e reduz a memória às emoções privadas. A sociedade sul-africana, valorizando as narrativas, tornou públicas estas experiências ao divulgar as narrativas construídas em seu espaço, criando um impacto na sociedade, seja em suas subjetividades ou mesmo nas políticas públicas adotadas posteriormente. Abriu mão de punir quem confessasse tudo, em nome de uma conciliação nacional. Já no Brasil, a conciliação promovida entre a anistia de 1979 e a democratização de 1985 teve por preço a omissão das memórias do horror.A ideia do livro é que diante da queda de investimento no diálogo e na convivência pública democrática, a publicidade dos traumas e ressentimentos por meio das narrativas poderia contribuir para a consumação do luto e para o aprimoramento dos elos sociais. (AU)

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