Tolerância ao frio e de-aclimatação em plantas de Nidularium minutum Mez (Bromeliaceae)

Resumo

Os domínios dos biomas tropicais podem apresentar temperaturas baixas em determinadas épocas do ano, como é o caso da Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba - SP. Estudos anteriores com Nidularium minutum Mez, uma bromélia endêmica desta reserva, revelaram que a espécie é tolerante ao frio. As alterações encontradas durante a aclimatação a 10 °C foram o aumento do conteúdo de carboidratos solúveis e da espessura foliar e diminuição do conteúdo de clorofilas, com o branqueamento das folhas em relação às plantas mantidas a 25 ºC. Foi observado que essa resposta é revertida quando as mesmas plantas são transferidas para temperaturas mais altas (25 °C), fenômeno denominado de-aclimatação. Assim sendo, durante um período do início do desenvolvimento dessas plantas, estratégias de sobrevivência ao frio são desencadeadas garantindo a sobrevivência destas de modo a possibilitar o restabelecimento do crescimento durante a de-aclimatação. Dados da literatura mostram haver correlação entre o branqueamento e as alterações induzidas pelo frio no metabolismo de carboidratos e enzimas antioxidantes em espécies vegetais. Não há relatos sobre essa alteração em outras espécies de Bromeliaceae, sendo descrita apenas a adaptação de indivíduos desse grupo a ambientes cujas temperaturas podem diminuir, temporariamente, até 5 ºC. Portanto, o objetivo deste projeto será investigar as alterações fisiológicas e bioquímicas relacionadas ao branqueamento foliar quando N. minutum é cultivada a 10 °C, bem como os mecanismos fisiológicos envolvidos na reversão do branqueamento durante a de-aclimatação a 25 °C. Os parâmetros analisados serão o funcionamento do aparato fotossintético, o metabolismo antioxidante, do nitrogênio e de carboidratos. Espera-se compreender as causas fisiológicas do branqueamento em plantas de N. minutum durante a exposição à baixa temperatura (10 °C) verificando quais os processos bioquímicos envolvidos no restabelecimento da cor verde durante a de-aclimatação. Desse modo, os resultados poderão contribuir para identificar os mecanismos fisiológicos relacionados à plasticidade dessa bromélia frente às alterações térmicas. (AU)