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Antropologia urbana, trabalho e família

Processo: 13/13224-4
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Internacional
Vigência: 21 de setembro de 2013 - 20 de outubro de 2013
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia - Antropologia Urbana
Pesquisador responsável:Susana Soares Branco Durão
Beneficiário:Susana Soares Branco Durão
Pesquisador visitante: Maria Antonia Pereira de Resende Pedroso de Lima
Inst. do pesquisador visitante: Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Portugal
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Família  Cidades 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:antropologia urbana | Cidade | Circulação de pessoas | familia | segurança | trabalho | Cidades e Famílias

Resumo

O objetivo geral dos projetos é trabalhar numa área de estudo da antropologia urbana e da segurança, solidificando uma trajetória de pesquisa - o que pode ser verificado na minha sumula curricular - aliando-a agora aos temas da família e estudos da pessoa. Três questões surgem ao centro dos referidos projetos, cada uma delas com graus de amplitude diferente: a) A forma como é concebida a polícia e o policiamento contemporâneos em sociedades que nos últimos anos operam transições de regimes autoritários para regimes democráticos, tendo sido marcadas por histórias de colonização (em África, no Brasil, em Portugal). A tradicional discussão sobre modelos de segurança, vis a vis o aumento da criminalidade e violência urbana nos países em foco, deve dialogar com debates atuais na literatura antropológica brasileira e africana. Nesse sentido, será necessário compreender toda a pluralidade de significados em torno ao que designo por "socialidades seguradas", entendidas como modos de ser, de produzir-se e de imaginar-se pessoal e coletivamente em segurança. Determinante será aliar ao estudo de modos de vida pesquisas sobre a morte em cidades sujeitas a mortes violentas ocorridas em cenários de crime, envolvendo toda a sorte de rumores. Isto é, torna-se necessário interpretar as "falas da morte", bem como as redes e circuitos dos mortos em cidades ditas visadas, onde pessoas e coletivos são atingidos por formas de criminalidade violenta. b) Modos da definição e redefinição de Estados e suas concepções culturais nos diversos países não podem estar alheados da sociologia local. Deve ter-se em atenção os diversos cruzamentos entre formas de poder, autoridades tradicionais e burocrático-modernas, entre concepções do uso da força e os projetos políticos de revalidação dos direitos humanos. c) Mais central ao primeiro projeto é o estudo de redes e modos de vida translocais de pessoas que vivem períodos de formação e profissionalização em áreas avançadas do policiamento longe de seus países de origem para a eles regressarem com alguma capacitação tão profissional quanto democrática. Que solidariedades se criam ao longo dos anos dessa experiência? Qual o papel destas redes nos seus meios e cidades? Que continuidades e mudanças operam nos regimes de poder e autoridade locais? E o que acontece, finalmente, com suas famílias, suas solidariedades mais pessoais? Partindo de casos de profissionais da segurança e das polícias, tanto privados quanto públicos, é proposta uma reflexão em torno à constituição de redes de pessoas, parentes, colegas e amigos em circuitos translocais e mesmo transnacionais. Explorando casos de cadetes oriundos de países africanos (São Tomé, Cabo Verde, Moçambique e Angola) e de Estados do Brasil, procuramos entender sua passagem por mundos de língua portuguesa e os significados associados a tal. Partindo da noção de "mobilidades circulares" de Marshal Sahlins (1997) - de idas e vindas entre vários lugares, simbólicos e materialmente diferenciados, aqui por intermédio de instituições policiais - crê-se que tais redes levam à ressignificação de experiências étnicas, de género, do trabalho e modos de vida, tão tradicionais quanto atravessadas pelos modos da modernidade. Tendo como base uma metodologia qualitativa, serão explorados diversos tipos de materiais textuais, etnográficos e históricos relacionados com os temas em vista. No primeiro projeto, iremos desenvolver uma análise de redes transatlânticas de policiais e suas famílias, obedecendo a uma metodologia multi-situada entre Portugal, África e Brasil. No segundo e terceiro projeto serão desenvolvidos estudos de caso em cidades do Estado de São Paulo, centrando as pesquisas de campo em vários bairros e lugares de Campinas. Através dos três projetos procurar-se-à ampliar a área de estudos urbanos na antropologia contemporânea de modo a contemplar a interligação mais efetiva entre estudos de cidade, migração, profissionalização, família e segurança. (AU)

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