Exposição a metais não essenciais em São Paulo: níveis sanguíneos em pré-escolares e fatores de risco associados

Resumo

Metais não se quebram e podem permanecer no organismo até serem excretados. Durante este tempo, o metal pode ser transformado em espécies de maior ou menor grau de toxicidade. No Brasil, há poucos dados sobre a extensão da contaminação por metais, principalmente da população mais vulnerável composta por crianças em idade pré-escolar. Os objetivos deste estudo são: a) estimar a concentração de chumbo (Pb), cádmio (Cd) e mercúrio (Hg) no sangue de crianças que frequentam Centros de Educação Infantil (CEI) do município de São Paulo; b) correlacionar os níveis sanguíneos destes metais com a localização das escolas e c) analisar a associação entre altos níveis destes metais encontrados no sangue e fatores de risco presentes no ambiente domiciliar e escolar. Este estudo envolverá 26 CEIs, totalizando aproximadamente 2.400 crianças de 1 a 3 anos de idade. Um questionário será aplicado aos pais/responsáveis pelas crianças para levantar informações socioeconômicas e demográficas e investigar potenciais fatores de risco à contaminação pelos metais estudados. As CEIs também serão inspecionadas e possíveis fatores de risco para exposição aos referidos metais encontrados serão registrados em formulário específico. Amostras de sangue venoso serão coletadas de todas as crianças, cujos pais/responsáveis tenham assinado o termo de consentimento informado, para determinação das concentrações dos metais. O sangue será analisado por GF AAS para determinação de Pb e Cd e por analisador direto de mercúrio para análise de Hg. As análises serão realizadas no Laboratório de Espectrometria Aplicada (LEA) do IQ-USP e pelo Laboratório do Setor de Análises Toxicológicas da CETESB, sendo que 10% das amostras serão duplamente analisadas para comparação dos laboratórios. Estatística descritiva, testes de correlação e análise de regressão múltipla serão usadas. (AU)