Estudo das alterações moleculares colinérgicas que ocorrem após a aplicação de estratégias não-farmacológicas para melhora da memória

Resumo

Os processos cognitivos dependem da inter-relação de áreas como córtex, hipocampo e outras estruturas límbicas. A degeneração crônica dessas estruturas leva a estados de demência progressiva com conseqüente declínio da memória, como o que ocorre na doença de Alzheimer. Em estudos recentes verificamos que o treino de atenção sustentada, a prática de atividade física e a estimulação em ambiente enriquecido melhoraram a memória de animais velhos e aqueles submetidos a um modelo de neurodegeneração. Paralelamente, foi verificado aumento da densidade de receptores nicotínicos ±7 em áreas relacionadas à memória. Diante desse cenário, é sugerida a formação de uma reserva cognitiva, onde acredita-se que a estimulação (social, ambiental, física) levaria à formação de uma reserva cognitiva e cerebral. Na presença de neurodegeneração, a função cerebral desses indivíduos seria mantida devido a reservas estruturais (ou seja, densidade neuronal e conectividade sináptica) ou funcionais (eficácia dos circuitos neuronais). O objetivo desse projeto é verificar se alterações no estilo de vida, com a prática de estratégias não-farmacológicas, teriam influência na neuroproteção promovida pelo sistema colinérgico, aprofundando o estudo do envolvimento desse sistema para a manutenção da memória. Para isso, pretendemos determinar onde ocorre o aumento da densidade desses receptores, se há ativação de vias antiinflamatórias nesse processo, avaliar alterações na arborização dendrítica dos animais estimulados e alterações plasmáticas de neurotrofinas e da enzima colinesterase. Este estudo poderá fornecer subsídios para novas abordagens terapêuticas para manutenção da memória ao longo do envelhecimento e na presença de transtornos neuropsiquiátricos. (AU)