Papel dos receptores toll-like 2 e 4 e do estado nutricional, e alterações genotóxicas em pacientes com leishmaniose visceral

Resumo

A leishmaniose visceral (LV) é um problema emergente de saúde pública, sendo uma das principais doenças negligenciadas no Brasil e no mundo, onde 88 países são afetados com 500.000 casos novos anualmente. No Brasil a prevalência nos últimos cinco anos foi de 3.500 casos, e a região de Bauru, considerada como endêmica, possui aumento de casos todo ano. É causada no Velho Mundo pelo agente etiológico L. donovani e no Novo Mundo pela L. chagasi/infantum, sendo uma doença letal se não for tratada. A resistência à infecção está associada à produção de citocinas de perfil Th1 e a suscetibilidade às citocinas do perfil Th2. Por outro lado, receptores toll-like (TLRs) da imunidade inata, em células apresentadoras de antígenos, tem importante papel no reconhecimento microbiano e no desenvolvimento da resposta imune adaptativa. Além disso, tem sido observada associação entre doenças infecciosas e alterações genotóxicas, que podem ser decorrentes de mecanismos efetores da resposta imune, aumentando à suscetibilidade à transformações malignas. Considerando a ausência de estudos em pacientes pré e pós-tratamento a respeito do papel dos TLRs na produção de mediadores pró e antiinflamatórios, do conhecimento do perfil nutricional, que possui grande impacto na resposta imune, e da presença de alterações genotóxicas, o presente projeto pretende avaliar o envolvimento dos receptores TLR-2 e TLR-4 na produção de citocinas e NO, relacionando esses fatores com o estado clínico-nutricional, e verificar a presença de alterações genotóxicas em pacientes com leishmaniose visceral pré e pós-tratamento. (AU)