Identificação da assinatura geofísica/geoelétrica em área submetida ao uso controlado de vinhaça

Resumo

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e o segundo maior produtor mundial de etanol. Para a safra 2010/2011, esperam-se cerca de 38,7 milhões de toneladas de açúcar e 28,5 bilhões de litros de etanol. No processo de destilação do etanol são gerados resíduos, dentre os quais se destaca a vinhaça. Esta é um resíduo líquido, corrosivo, de odor desagradável e elevadas condutividade elétrica, Demanda Bioquímica de Oxigênio e Demanda Química de Oxigênio, tornando-se altamente poluidora. Para cada litro de etanol produzido, cerca de 13 litros de vinhaça são gerados. Devido à sua composição química (rica em potássio, nitrogênio, fósforo, cálcio, magnésio, sulfato, zinco, ferro, manganês e cobre), a vinhaça é largamente utilizada nas lavouras canavieiras como fertilizante e, dependendo da dose aplicada, pode agir como contaminante de solos e águas subterrâneas. Nos estudos de impactos ambientais ocasionados por diversos tipos de contaminantes, é bastante comum o emprego de métodos geofísicos, pois oferecem baixo custo de operação, elevada confiabilidade dos resultados e rapidez de execução. Entretanto, são escassos os trabalhos científicos/acadêmicos que abordam a utilização de métodos geoelétricos na avaliação de áreas contaminadas pelo uso incriterioso da vinhaça. Assim, este projeto tem como proposta principal caracterizar o tipo de anomalia inerente à contaminação de solos e águas subterrâneas por vinhaça, mediante a aplicação de diferentes métodos geofísicos de investigação: eletrorresistividade, eletromagnético, polarização induzida e potencial espontâneo. Para tanto, será executado um monitoramento temporal de uma área de infiltração controlada de vinhaça, localizada no Sítio Altarugio, propriedade rural do município de Rio Claro (SP). Ao final do projeto, além da caracterização das anomalias geofísicas características de cada método, espera-se poder estimar o intervalo de tempo em que toda a vinhaça infiltrada seja degradada. (AU)