Busca avançada
Ano de início
Entree

Estudo da infecção oral por Toxoplasma gondii em ovinos: avaliação da transmissão congênita em infecções experimentais por meio de diferentes linhagens brasileiras

Processo: 11/19297-8
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de abril de 2012 - 31 de março de 2014
Área do conhecimento:Ciências Agrárias - Medicina Veterinária - Medicina Veterinária Preventiva
Pesquisador responsável:Rodrigo Martins Soares
Beneficiário:Rodrigo Martins Soares
Instituição Sede: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Pesquisadores associados: Daniela Pontes Chiebao ; Hilda Fátima de Jesus Pena
Assunto(s):Toxoplasmose  Toxoplasma gondii  Aborto animal 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:infecção experimental | infecção transplacentária | oocistos | Toxoplasma gondii | Doenças Parasitárias

Resumo

Toxoplasma gondii é apontado como causa primária de doença congênita, abortamentos e natimortalidade em humanos e em animais de produção. Nas doenças congênitas são comuns manifestações neurológicas de diversas naturezas como doença ocular e hidrocefalia. Nem sempre infecções por T. gondii resultam em manifestações clínicas. Ao contrário, é bastante freqüente a ocorrência de infecções assintomáticas tanto em animais como em seres humanos. Estudos de soroprevalência da infecção toxoplásmica no Brasil mostram que nos ovinos ela varia entre 20 e 40%, mas está disseminada em mais da metade dos rebanhos analisados. Em ovinos a toxoplasmose normalmente se manifesta após primo-infecção de uma fêmea prenhe. Após o nascimento, os ovinos se infectam com oocistos esporulados disponíveis no ambiente. Em uma fêmea prenhe, o parasito infecta a placenta, as carúnculas maternas dos placentomas e alcançam as células trofoblásticas fetais adjacentes (transmissão transplacentária). Após se multiplicar nestes tecidos, o parasito infecta outros tecidos fetais, produzindo sinais como abortamentos, natimortalidade e nascimento de cordeiros debilitados. Ovinos infectados cronicamente podem sofrer uma re-agudização da infecção e transmitir o parasito para o sistema reprodutor gravídico. Esta condição, transmissão transplacentária decorrente de recrudescência de uma infecção persistente em ovinos, é objeto de intenso debate na comunidade científica atualmente. Neste campo, duas vertentes antagônicas são reconhecidas. Alguns pesquisadores afirmam que ovelhas sofrem problemas reprodutivos somente após primo-infecção, pois uma vez infectadas produzem resposta imune celular eficiente e duradoura que impede a ocorrência de transmissão congênita, ou fazem com que este evento seja raro. Outra linha sugere haver evidências de que uma infecção primária não confere proteção para as progênies subseqüentes, existindo o risco de transmissão vertical nos animais cronicamente infectados. Neste caso, a primo-infecção produziria uma resposta imune que não impediria que a reativação da infecção latente levasse a uma transmissão congênita, de forma que fêmeas ovinas infectadas antes da gestação estariam sob risco de abortamento com maior freqüência do que o esperado. Outra forma de transmissão transplacentária pode acontecer em decorrência de uma nova infecção por oocistos por animais cronicamente infectados. As conseqüências desta situação são pouco debatidas e conhecidas pela comunidade científica estudiosa do tema. O projeto que se apresenta aplica-se à reprodução experimental de infecções por T. gondii em ovinos, com vistas a estudar aspectos relacionados à ocorrência da transmissão congênita nesta espécie animal. Em nossa proposta pretendemos avaliar infecções produzidas por linhagens de T. gondii isoladas de ovinos no Brasil, empregando oocistos esporulados como inóculo. Fêmeas ovinas soronegativas para a infecção por T. gondii serão primo-infectadas com oocistos deste parasito e, após a cronificação da infecção, os animais serão emprenhados. Um segundo desafio, também com oocistos, será realizado durante o terço final da gestação. Serão observados e avaliados os efeitos da reinfecção pela mesma linhagem, bem como por linhagens diferentes de T. gondii. O trabalho ora proposto deverá contribuir com a geração de conhecimentos úteis para a formulação de programas de controle da toxoplasmose na ovinocultura. Uma vez que seja mais bem conhecido o papel de fêmeas infectadas na transmissão desta enfermidade, tomadas de decisões mais eficientes poderão ser adotadas quanto ao manejo sanitário em propriedades sob risco. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias (0 total):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)

Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
CHIEBAO, DANIELA PONTES; DE JESUS PENA, HILDA FATIMA; CABRAL, ALINE DINIZ; ROCCA, MAYRA PEREIRA; LOPES, ESTELA GALLUCCI; OSHIRO BRANCO VALADAS, SAMANTHA YURI; KEID, LARA BORGES; HILDEBRAND GRISI FILHO, JOSE HENRIQUE; SOARES, RODRIGO MARTINS. Infection of mice with oocysts of Toxoplasma gondii by oral route showed differences of virulence from Brazilian RFLP genotypes BrI and BrIII. Research in Veterinary Science, v. 107, p. 257-260, . (11/19297-8)
CHIEBAO, DANIELA PONTES; PENA, HILDA FATIMA; PASSARELLI, DANIELLE; SANTIN, THIAGO; PULZ, LIDIA HILDEBRAND; STREFEZZI, RICARDO FRANCISCO; SEVA, ANAIA PAIXAO; MARTINS, CAMILA MARINELLI; LOPES, ESTELA GALLUCCI; HILDEBRAND GRISI FILHO, JOSE HENRIQUE; et al. Congenital Transmission of Toxoplasma gondii After Experimental Reinfection With Brazilian Typical Strains in Chronically Infected Sheep. FRONTIERS IN VETERINARY SCIENCE, v. 6, . (11/19297-8)
CHIEBAO, DANIELA P.; BARTLEY, PAUL M.; CHIANINI, FRANCESCA; BLACK, LAUREN E.; BURRELLS, ALISON; PENA, HILDA F. J.; SOARES, RODRIGO M.; INNES, ELISABETH A.; KATZER, FRANK. Early immune responses and parasite tissue distribution in mice experimentally infected with oocysts of either archetypal or non-archetypal genotypes of Toxoplasma gondii. Parasitology, v. 148, n. 4, p. 464-476, . (11/19297-8)

Por favor, reporte erros na lista de publicações científicas escrevendo para: cdi@fapesp.br.