Investigação das epilepsias focais utilizando análise quantitativa do vídeo-eletroencefalograma e da neuroimagem

Resumo

Epilepsias focais são patologias heterogêneas, graves e muito frequentes. O maior desafio na avaliação dos pacientes com epilepsia focal refratária é a identificação da zona de início ictal e, por conseguinte determinar a etiologia das crises epilépticas. Para este diagnóstico a avaliação clínica, o vídeo-eletroencefalograma (VEEG) e a neuroimagem são fundamentais. A avaliação clínica é importante, pois detalhes da anamnese e do exame neurológico auxiliam na suspeita diagnóstica de epilepsia focal. O VEEG permite documentar as características clínico-eletroencefalográficas das crises epilépticas referendando os achados da história clínica. A neuroimagem, sobretudo a ressonância magnética (RM), é a melhor forma de avaliação estrutural do cérebro constituindo uma grande ferramenta para o diagnóstico etiológico das crises. A análise do VEEG e da RM pode ser feita de forma qualitativa ou quantitativa. A análise qualitativa é a avaliação visual convencional. A análise quantitativa consiste na aplicação de algoritmos matemáticos através de programas de computador com o objetivo de aumentar a sensibilidade de um método diagnóstico. Quarenta pacientes com epilepsia focal refratária serão selecionados através da história clínica no Ambulatório de Epilepsia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Todos serão submetidos ao VEEG e a RM. O presente projeto tem como objetivo geral aprimorar a investigação das epilepsias com a criação da Unidade de Investigação das Epilepsias que agrupará o Serviço de Neurofisiologia e o Laboratório de Pesquisa em Neuroimagem. Utilizaremos técnicas qualitativas e quantitativas de análise do VEEG e da RM com os seguintes objetivos específicos: localizar a zona de início ictal, identificar a etiologia das crises e mapear o circuito neural envolvido na fisiopatologia das epilepsias focais. (AU)