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Futebol para indios xavantes: uma pesquisa-relacao em antropologia social.

Processo: 07/01641-9
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros
Vigência: 01 de julho de 2007 - 31 de agosto de 2008
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia - Etnologia Indígena
Pesquisador responsável:Geraldo Luciano Andrello
Beneficiário:Geraldo Luciano Andrello
Instituição Sede: Instituto Sócioambiental (ISA). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Futebol  Contato interétnico 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Antropologia do Esporte | contato interétnico | etnologia dos povos Jê (Xavante) | Futebol | relação de pesquisa | terra indígena Sangradouro | Volta Grande | povos Jê, Xavante

Resumo

O trabalho consiste em estudo etnográfico sobre parcela do povo indígena Xavante (família lingüística jê), definitivamente contatado por frentes de expansão da sociedade brasileira nas décadas de 1940 e 1950, no sudeste do estado do Mato Grosso. Coloca em foco fenômeno de larga recorrência mas, até o presente, pouco estudado de modo intensivo: a atração de povos indígenas pela prática esportiva de penetração mundial que é o futebol. O estudo não trata de realidade indígena estática, confinada a uma única aldeia, mas de algo que se move e expande, conferindo sentido à própria relação com o pesquisador. Retratados na etnografia estão xavantes que atravessam processo de fissão política resultante na criação de nova aldeia, que ampliam seus laços de sociabilidade de modo a chegar até São Paulo, que formam uma "associação" sediada nesta capital e que convidam o autor, ex-jogador profissional àquela altura ali residente, a conciliar seus próprios interesses etnológicos com uma espécie de assessoria futebolística a eles. A multi-facetada presença da prática esportiva na vida contemporânea desses xavantes, moradores da área de Sangradouro/ Volta Grande, é descrita considerando-se que o vínculo de pesquisa é parte da própria situação sócio-cultural abordada. A relação com o futebol em termos da história xavante, o jogo praticado e assistido cotidianamente, campeonatos "internos" e nas cidades vizinhas, encontros inter-aldeias, o horizonte do profissionalismo integram, nem sempre com a mesma profundidade, o texto apresentado. Seus destaques, porém, vão para: (1) os modos como os xavantes formam equipes esportivas, (2) os nexos de sentido, por eles sugeridos, entre a corrida de toras, célebre instituição dos Jê, e a atividade física que aprenderam e têm aprendido com não-índios, (3) o lugar que o futebol ocupa, já há algum tempo, no universo de relações sociais estabelecidas com os "brancos". Os três pontos acima levam a repensar a circunscrição etnográfica e os parâmetros comumente utilizados para analisar a entidade chamada "sociedade xavante". Em especial, colocam-se sob questionamento as idéias de que os "brancos" seriam "inimigos exteriores" dos Xavante e de que, entre estes últimos, os princípios dualistas de organização sociocosmológica tenderiam a sobrepujar o faccionalismo político. (AU)

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