Modulação da inflamação e resistência à insulina pelos ácidos graxos ômega-3 e palmitoleato

Resumo

Apesar de vários de trabalhos mostrando os efeitos de AG sobre o metabolismo sistêmico e o consenso de que o alto conteúdo de lipídeos na dieta está associado com resistência à insulina e à síndrome metabólica, ainda é incipiente o conhecimento sobre AGs ômega-3 e ômega-7 nos processos inflamatórios e sua relação com a resistência à insulina, assim como, se há efeitos aditivos ou sinérgicos com o exercício físico regular. O objetivo desse projeto é investigar o efeito da suplementação com ácidos graxos (AG) ômega-3 (óleo de peixe) e ômega-7 (óleo de macadâmia), associados ou não à atividade física regular, sobre o processo inflamatório e a resistência à insulina induzida por dieta hiperlipídica. Serão utilizados camundongos das linhagens: (1) C57BL/6, (2) Swiss, (3) knockout para o receptor de TNF-alfa (TNF-R1-/-), (4) knockout para TLR-4 (TLR-4 -/-), (5) C3H/HeJ, (6) knockout para o gp91phox (gp91phox -/-) e (7) transgênicos que super expressam o gene fat-1 (fat-1 +/+). Serão estudados leucócitos (macrófagos e neutrófilos), músculo esquelético, tecido adiposo e fígado. Os animais receberão dieta balanceada, suplementada ou não com os AG ômega-3 e ômega-7, durante 12 semanas (semanas 0 à 12). Nas semanas 5 a 12, um grupo de animais continuará recebendo dieta balanceada e outro grupo receberá dieta hiperlipídica. Os grupos treinados serão submetidos à atividade física em esteira durante as 12 semanas. Os seguintes parâmetros serão analisados: sensibilidade à insulina, marcadores inflamatórios, metabolismo, sinalização, função mitocondrial, produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), função leucocitária (produção de citocinas e fagocitose), análise proteômica e expressão de genes envolvidos no metabolismo de glicose e ácidos graxos (GLUT-2, GLUT-4, FABPs, SCD-1, CPT1, CPT2, fosfoenolpiruvato carboxiquinase, fosfofrutoquinase, citrato sintase), sinalização à insulina (receptor de insulina, IRS-1, IRS-2, Akt, GSK-3, MAPKs), inflamação (TNF-alfa, JNK, NFºB, IL-6, IL-10, IL-1ra, produção de EROs (MnSOD, CuZnSOD, catalase), e outros genes também relacionados à inflamação e obesidade (PAI-1, leptina, resistina, adiponectina, MCP-1, PPARs, PGC-1alfa). Uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na ação de AG, associados ou não à atividade física, terá impacto direto na elucidação das questões relacionadas à obesidade e condições associadas, bem como no desenvolvimento de novas terapias que têm como alvo vias intracelulares envolvidas no processo inflamatório. (AU)