Estudo do efeito da desintegrina recombinante DisBa-01 na forma lipossomal e livre em macrófagos e células tumorais: avaliação da produção de citocinas e fatores pró-angiogênicos

Resumo

As integrinas são proteínas não enzimáticas envolvidas no controle da adesão celular, permitindo uma ancoragem estável, mobilidade e migração, além de gerar uma sinalização intracelular capaz de alterar a morfologia, migração, sobrevivência, proliferação e diferenciação da célula. No câncer, as integrinas também influenciam as células do hospedeiro associadas ao tumor, o que pode alterar o potencial maligno da neoplasia como um todo. A integrina alfa-v-beta3 pode se ligar a diversos compostos ao reconhecer o motivo RGD, especialmente a vitronectina e fibronectina, sendo expressa em diversos tumores humanos, mas esta integrina está em níveis muito reduzidos nos tecidos humanos normais. Esta integrina parece estar relacionada ao controle do crescimento celular, sobrevivência e migração durante a angiogênese. A integrina alfa-5-beta1 também se liga ao motivo RGD, com afinidade particular à fibronectina. Ela está associada a doenças inflamatórias e possui funções pró-angiogênicas bem estabelecidas. É demonstrado que moléculas capazes de antagonizar estas integrinas podem gerar efeitos antiangiogênicos e antiadesivos. A desintegrina recombinante DisBa-01 atua principalmente sobre as integrinas alfa-v-beta3 e alfa-IIb-beta3 e é capaz de inibir a proliferação de células endoteliais e inibir a adesão de células neoplásicas à vitronectina. Mediante o exposto, pretendemos verificar o papel da desintegrina DisBa-01 como uma potencial substância anti-tumoral, tanto em sua forma livre, como na forma lipossomal, em linhagens celulares tumorais e ainda verificar sua atuação na produção de citocinas em culturas de macrófagos. (AU)