Auxílio à pesquisa 07/00241-7 - Cardiologia, Talassemia - BV FAPESP
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Avaliação não invasiva da sobrecarga de ferro cardíaco e hepático por ressonância magnética em pacientes com talassemia

Processo: 07/00241-7
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Medicina - Clínica Médica
Pesquisador responsável:Juliano de Lara Fernandes
Beneficiário:Juliano de Lara Fernandes
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Cardiologia  Talassemia  Sobrecarga de ferro  Cardiomiopatias  Hemocromatose  Haptoglobinas  Ressonância magnética 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cardiomiopatia | haptoglobina | Quelação de ferro | Ressonância Magnética | Talassemia | Hematologia e Cardiologia

Resumo

A talassemia é uma hemoglobinopatia genética bastante freqüente em países mediterrâneos e no Brasil. Em sua forma homozigota, denominada talassemia major, a doença leva à necessidade de múltiplas transfusões de sangue ao longo do tempo. Embora permita uma melhora na qualidade de vida, as repetidas transfusões levam a um depósito progressivo de ferro que se acumula principalmente no fígado. Embora o fígado seja o principal órgão afetado, a maior causa de mortalidade destes pacientes está associada a complicações cardíacas devido ao acúmulo de ferro no coração levando a uma insuficiência cardíaca por miocardiopatia siderótica. Até recentemente, não existia uma forma não invasiva de se quantificar o depósito de ferro em indivíduos submetidos à múltiplas transfusões sanguíneas. Com o desenvolvimento de novas técnicas de ressonância magnética, hoje é possível se estimar de forma robusta e reprodutível as concentrações de ferro hepático e, sobretudo, cardíaco. Isto permitiu não só o melhor manejo terapêutico do esquema de quelação de ferro nestes indivíduos mas também uma maior compreensão da fisiopatologia envolvida no processo de depósito de ferro. O principal método para se detectar o depósito de ferro cardíaco e hepático é através da técnica de T2*. Entretanto, uma das complicações secundárias ao depósito de ferro no miocárdio é o desenvolvimento de fibrose local, cuja técnica referida não possibilita avaliação adequada. Em outras cardiomiopatias, a técnica de realce tardio permite a identificação desta fibrose, sendo possível não só uma avaliação qualitativa mas também quantitativa, com informações prognósticas auxiliares. Esta técnica de detecção de fibrose em pacientes talassêmicos ainda não foi totalmente explorada. Além destes aspectos, também ainda não se sabe ao certo quais os fatores que levam a um maior ou menor depósito de ferro em cada um dos órgãos mencionados no indivíduo talassêmico. Dentre as várias moléculas envolvidas na hemostasia do ferro sérico, a haptoglobina parece exercer um papel importante na retirada deste metal da circulação. Em indivíduos normais, foram descritos três fenótipos para a haptoglobina, baseados em diferenças em polimorfismos genéticos que determinam suas duas subunidades proteicas. O tipo 2-2 foi implicado previamente numa menor capacidade de quelação do ferro, com aumento dos níveis de ferro sérico e ferritina circulantes em homens saudáveis e pacientes com hemocromatose hereditária. Em pacientes com talassemia, o papel dos diferentes polimorfismos da proteína pode estar associado a uma maior ou menor deposição de ferro no fígado ou no coração, além de acelerar ou retardar o processo de fibrose. Frente ao exposto acima, propomos um projeto de pesquisa com o objetivo de se avaliar a evolução de depósito de ferro hepático e miocárdico pela ressonância magnética através da técnica de T2*, identificando também áreas de fibrose pela técnica do realce tardio e relacionar este depósito com o polimorfismo da haptoglobina. O estudo tem caráter prospectivo, com avaliação seriada dos pacientes e avaliação prognóstica, com acompanhamento anual por 4 anos consecutivos. (AU)

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