Conexoes eferentes dos nucleos mediais da area tegmental ventral no rato.

Resumo

A área tegmental ventral (VTA), definida como o território do mesencéfalo ventral que alberga o grupamento dopaminérgico A10, é geralmente considerada como uma entidade. Estudos citoarquitetônicos, imuno-histoquímicos, hodológicos, e funcionais revelam, entretanto, heterogeneidades regionais no seio da VTA. Assim, foram identificados na VTA cinco núcleos com características morfo-funcionais distintas, os núcleos rostral linear (RLi), caudal linear (CLi), interfascicular (IF), parabraquial pigmentoso (PBP) e paranigral (PN). Dados recentes de nosso laboratório reforçam esta noção. Em particular, em um estudo de dupla marcação combinando transporte retrógrado de Fluoro-Gold com imunofluorescência para tirosina hidroxilase, Hasue e Shammah-Lagnado (2002) observaram no rato que o RLi envia projeções dopaminérgicas escassas para o accumbens, o núcleo amigdalóide central e o núcleo intersticial da estria terminal, e que esses territórios prosencefálicos, em contrapartida, recebem aferências dopaminérgicas proeminentes do Cli e IF. Os resultados Santiago e Shammah-Lagnado (2005) sugerem ainda que os núcleos laterais da VTA e o CLi, mas não o RLi, contribuem para o denso plexo dopaminérgico que reveste o córtex entorrinal rostral e a área de transição amígdalo-piriforme (Fallon et al., 1978). Dando continuidade ao estudo da circuitaria da VTA, e visando esclarecer possíveis especificidades anátomo-funcionais deste sistema, propomos neste projeto investigar de forma sistemática as conexões eferentes dos núcleos mediais da VTA pela técnica de rastreamento anterógrado da leucoaglutinina do Phaseolus vulgaris. Este estudo sem dúvida contribuirá para o esclarecimento das bases neuroanatômicas da participação dos grupamentos do mesencéfalo ventral nas esferas motora, cognitiva e afetivo-emocional e para uma melhor compreensão de quadros neurológicos e neuropsiquiátricos associados a disfunções desta circuitaria. (AU)