Estudos sobre vírus emergentes incluindo arbovirus, robovirus, vírus respiratórios e de transmissão congênita, no Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Resumo

Este projeto temático, que terá 5 pesquisadores principais e outros 58 participantes, inclui 7 subprojetos principais e como parte deles, 42 subprojetos de pesquisa, terá duração de 4 anos e será desenvolvido no Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, [...]. O projeto propõe-se a estudar viroses de grande relevância em saúde pública, como é o caso das febres hemorrágicas por dengue e Hantavírus, a febre amarela e a febre por Arenavírus, ou infecções do SNC, por vírus Rocio e da encefalite de Saint Louis. Outros vírus que serão estudados são causadores de grandes epidemias no país, é o caso dos vírus do dengue e do Oropouche. Pesquisaremos, também, vírus que ocorrem no Brasil com grande potencial de emergência nas regiões mais povoadas do país. É o caso dos vírus da febre amarela, Oropouche, encefalite de Saint Louis e Mayaro. Outros vírus que serão aqui estudados não ocorrem no Brasil, mas tem grande risco de serem introduzidos. É o caso do vírus Oeste do Nilo. Finalmente, serão estudados vírus recentemente descritos causando doença humana, os Bocavirus, ou pouco conhecidos como causa da infecção congênita, os HHV6. Para estudar tantos vírus, pretende-se desenvolver métodos laboratoriais sorológicos tipo ELISA utilizando como antígeno proteínas recombinantes de vírus Oropouche, Hantavírus e Arenavírus, bem como, pretende-se produzir peptídeos recombinantes dos vírus encefalite de Saint Louis, Rocio e Oeste do Nilo. Também desenvolveremos ELISA para Arbovírus utilizando células infectadas como antígeno. Ainda, buscaremos padronizar um inédito teste de neutralização para Hantavírus, com leitura feita por RT-PCR em tempo real. Ainda, pretendemos detectar genomas virais com RT-PCRs em tempo real para Arbovírus incluindo dengue e Robovirus incluindo Hantavírus, Bocavirus humano e Herpes vírus tipo 6. Em laboratórios BSL 3, tentaremos o isolamento de Arbovírus e Hantavírus (inédito no Brasil) em culturas celulares. Estudos sobre a fisiopatologia das doenças causadas por estes vírus serão realizados buscando pela presença de Hantavírus e vírus dengue em plaquetas, estudando a função cardíaca de pacientes com Hantavirose, a apoptose nas infecções por Oropouche e a infecção no SNC por vírus Rocio em modelo experimental em camundongo. No caso dos Bocavirus, pretendemos conhecer seus locais ou tecido alvo de infecção e replicação. Outros subprojetos serão estudos epidemiológicos para conhecer roedores-reservatório de Hantavírus e pesquisar níveis de anticorpos para Arbovírus e Hantavírus em Cássia dos Coqueiros, em populações do estado do Amazonas e Santa Catarina. Animais também participarão, com inquérito sorológico em eqüídeos para vírus encefalite de Saint Louis, Rocio e Oeste do Nilo. Quanto à epidemiologia molecular, realizaremos estudos genotipando vírus dengue oriundos de diferentes locais do Brasil e Paraguai e com doenças de diferentes gravidades. Também, estudaremos genomas e filogenia dos vírus da encefalite de Saint Louis, bem como de Arbovírus ou Robovirus eventualmente isolados a partir de sangue e outros materiais clínicos, nos laboratórios BSL3. Ainda, estudaremos fatores virais relacionados à patogenia do dengue e estudaremos o genoma e a filogenia dos Bocavirus brasileiros. Finalmente, pesquisaremos vacinas e drogas antivirais, testando em animais a capacidade imunogênica de peptídeos recombinantes de vírus Rocio e encefalite de Saint Louis. Ainda, pretendemos desenvolver um mutante cold-adapted atenuado de vírus Oropouche e testar o feito antiviral da cloroquina sobre este vírus. (AU)