Os mecanismos controladores da partição do cromo no sistema rocha-solo-água no aquífero Bauru, Noroeste do estado de São Paulo

Resumo

Teores anômalos de cromo nas águas subterrâneas têm sido detectados desde 1977 no município de Urânia, região de Jales. Estudos posteriores mostraram que estes são encontrados em vários poços tubulares profundos, em pelo menos 47 cidades do noroeste paulista, onde as águas subterrâneas são os principais recursos para o abastecimento público e privado. Alguns poços apresentam concentrações de cromo acima do valor máximo permitido para o consumo humano, que é de 0,05 mg/L, como cromo total (Decreto Estadual 12.486, de 20-10-78 e Portaria 36, do Ministério da Saúde, de 19-01-90). Como o cromo afeta a qualidade das águas subterrâneas, agravando os já existentes problemas sociais, econômicos e ambientais da região, esta pesquisa torna-se necessária para que seja possível buscar formas de amenização deste impacto. Os casos mais frequentes de cromo nas águas subterrâneas estão associados à contaminação antrápica, sobretudo da atividade industrial. Na região, os poucos trabalhos sobre o assunto têm mostrado que a presença do cromo em aquíferos está associada a fontes naturais, embora não estejam claros ainda os mecanismos de ocorrência e partição do elemento na fase solúvel. Este projeto objetiva estabelecer a origem do cromo nas águas subterrâneas do noroeste paulista, definir os fatores que afetam a partição do cromo no sistema rocha-solo-água subterrânea e conhecer a evolução hidrogeoquímica das águas subterrâneas no aquífero da região. Para se atingir estes objetivos, o trabalho propõe-se a estudar a hidrogeoquímica da zona não saturada com detalhe, em uma das áreas de maiores concentrações de cromo da região, Urânia (SP). (AU)