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Estudo sobre o mecanismo imune efetor nas infecções micobacterianas

Processo: 94/05669-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Vigência: 01 de março de 1995 - 31 de dezembro de 1996
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Imunologia - Imunologia Celular
Pesquisador responsável:Celio Lopes Silva
Beneficiário:Celio Lopes Silva
Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Antituberculosos  Vacinas  Resposta imune  Macrófagos  Interleucinas  Tuberculose  Mycobacterium 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Interleucinas | Micobacterias | Transfeccao De Macrofagos | Tuberculose | Vacina Contra Tuberculose

Resumo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a tuberculose ainda e um sério problema de saúde pública mundial, com oito milhões de casas novas a cada ano e três milhões de mortes anuais. Apesar dessa doença ser muito antiga, os seus mecanismos imunopatológicos são pouco entendidos e reclamam um esforço concentrado no sentido de aclarar as relações estabelecidas entre o parasita e o hospedeiro, melhorar os testes de diagnóstico, o tratamento específico, além de interromper as vias de transmissão, pela possível utilização de uma vacina apropriada A vacina BCG tem sido largamente empregada para a prevenção contra a tuberculose. Contudo, a sua eficácia tem-se demonstrado muito variável nas diversas partes do mundo. Além disso, tem-se detectado atualmente esse bacilo num grande número de pacientes infectados pelo vírus da AIDS. Esse fato tem limitado em muito, a utilização de bacilos viáveis para imunizações. Outro fator importante, e que a utilização do BCG impede o subsequente uso de testes de sensibilidade cutânea para detectar a tuberculose-infecção. Tendo em conta esses fatores, tem-se diminuído em muito ultimamente, a aplicação dessa vacina, e uma série de pesquisas estão sendo feitas para encontrar uma outra substituta ao BCG. Como mencionado acima, nós não sabemos porque a vacina BCG protege somente determinadas populações; porque em contraste com o BCG viável, o BCG morto ou os antígenos purificados conferem pouca proteção imunológica mesmo quando inoculados em altas concentrações e com adjuvantes. Esses fatos reveladores sobre a ineficácia do BCG como vacina, vieram, felizmente, quando há uma revolução atual nas propostas de desenvolvimento de vacinas, baseada na tecnologia do DNA recombinante. O nosso laboratório, nos últimos três anos, tem-se preocupado em elucidar as bases celulares e moleculares envolvidas na imunidade contra proteínas imunogênicas de M. leprae e M. tuberculosis, como a HSP65, visando o desenvolvimento de uma nova vacina contra infecções micobacterianas. O nosso projeto visava inicialmente, o desenvolvimento de sistema genético para expressão de antígenos micobacterianos em células apresentadoras de antígenos para estudar os mecanismos efetores que levam a uma proteção efetiva contra infecções por micobactérias. Os primeiros experimentos demonstraram que as células macrofágicas transfectadas expressavam o antígeno micobacteriano de forma estável endogenamente, eram processados, e os fragmentos imunogênicos apresentados na superfície da célula, em associação tanto com moléculas de classe I, como de classe II do MHC, os quais eram reconhecidos especificamente por linfócitos T CD8 e T CD4 respectivamente. Diversos experimentos foram realizados em seguida para explorar esta propriedade das células transfectadas, como possível sistema para induzir imunidade específica em camundongos. Foi demonstrado que a inoculação de 4 doses por 4 semanas de 1 x 1 105 células transfectadas tanto por via i.p. como i.v. em camundongos BALB/c, induzia uma potente resposta imune celular contra a proteína HSP65, sem levar ao desenvolvimento de tumores nesses animais. O fato mais importante desses experimentos foi a demonstração de que esses animais resistiam a posterior infecção por M. tuberculosis ou BCG. Mais recentemente, demonstramos que subpopulações de células T CD4, T CDS ou T gama/delta proveniente de animais imunizados com as células tumorais tranfectadas, podiam ser transferidos para outros animais normais, e conferir nestes, imunidade específica e proteção contra posterior infecção por M. tuberculosis. Os efeitos eram aditivos quando eram feitas transferências simultâneas de dois ou três tipos celulares. A célula que apresentou ser mais eficiente foi a de fenótipo T CDS. Em experimentos realizados tanto in vivo quanto in vitro, as células T CDS lisavam especificamente células macrofágicas infectadas com micobactérias, de maneira específica e restrita pelo MHC. Nossos resultados estão proporcionando uma mudança conceitual profunda: proteção contra infecção micobacteriana pode ser obtida com uma simples proteína imunogênica, desde que apropriadamente administrada. Além disso, o modelo experimental permite a identificação de outros antígenos que conferem proteção efetiva. Assim, em continuidade aquelas investigações pretendemos aprofundar um pouco mais nossos estudos, tentando estabelecer correlações fundamentais entre as diferentes propriedades das células efetoras e a proteção efetiva contra infecções micobacterianas. Assim, precisamos correlacionar a proteção efetiva, com diversos clones de cada uma das subpopulações de células T, com a especificidade antigênica, com suas frequências de reatividade, com os seus respectivos padrões de secreção de interleucinas e com a citotoxicidade. Pretendemos ainda, clonar no vetor retroviral (pZIPNeoSV(X)), genes de outros antígenos de micobactérias, como, por exemplo, o da proteína HSP18, para transfecção de células macrofagicas, e repetir os experimentos anteriores, comparando-se os dados com aqueles obtidos pela transfecção do gene da proteína HSP65. Ainda, como método alternativo para induzir proteção e evitar imunizações com células tumorais (macrófagos transfectados), pretendemos transfectar células primordiais da medula óssea de camundongos in vitro, selecionar as células transfectadas e inoculá-las em animais normais e previamente irradiados. Os animais transplantados que estiverem expressando HSP65, serão analizados quanto a resposta imune especifica para esse antígeno e em seguida submetidos a infecção por M. tuberculosis para estudar proteção específica. (AU)

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AGENTE TERAPÊUTICO GÊNICO, COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA E SEU USO NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CAUSADAS POR MICROBACTÉRIAS PI0003132-1 - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) ; Universidade de São Paulo (USP) . Celio Lopes Silva - 10 de julho de 2000