Auxílio à pesquisa 22/06332-4 - Neurofisiologia, Núcleos ventrais do tálamo - BV FAPESP
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Bulbo rostral ventromedial: qual o seu papel nas mudanças comportamentais induzidas pelo estresse social?

Resumo

Transtorno depressivo maior (TDM) afeta uma porção significativa da população mundial, sendo diagnosticado principalmente através de critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Apesar da dor crônica não figurar entre os sintomas da depressão descritos pelo manual, estudos epidemiológicos indicam uma estreita associação entre transtorno depressivo e dor crônica. O modelo de estresse por derrota social está sendo utilizado atualmente para induzir comportamentos do tipo depressivo e hiperalgesia persistente em camundongos. Nesse modelo, camundongos são expostos por 10 dias consecutivos a um camundongo agressor de linhagem fisicamente mais robusta, sofrendo breves períodos de agressão corporal seguidos de períodos mais longos de contato visual e olfativo. Foi demonstrado, inclusive, que a dor crônica induzida por esse modelo se assemelha à fibromialgia humana, condição caracterizada por dor crônica difusa e intimamente associada com depressão. Sabe-se que a experiência da dor, em toda a sua complexidade, envolve a percepção de uma série de fatores integrados pelo sistema nervoso central (SNC), principalmente pelo córtex cerebral. Este processo integrativo é extremamente dinâmico, sendo ajustado continuamente às demandas do dia-a-dia. Sabe-se que a dor se inicia a partir da ativação de nociceptores periféricos que enviam sinais neurais ascendentes para níveis superiores do SNC através de vias neurais específicas. Estas vias ascendentes são moduladas por uma série de vias supraespinhais descendentes, as quais servem como um sistema endógeno de analgesia ou de facilitação da dor. Uma importante estrutura encefálica associada com a modulação descendente da dor é o bulbo rostral ventromedial (RVM). O RVM possui um papel chave tanto no sistema facilitatório quanto inibitório da dor, recebendo projeções de diversas estruturas encefálicas como substância cinzenta periaquedutal, núcleo accumbens e córtex cingulado anterior. De forma não surpreendente, as estruturas neurais supracitadas também possuem relação com o comportamento depressivo. Dados obtidos durante o meu primeiro ano de pós-doutoramento demonstraram a participação do RVM na dor induzida pelo estresse social e, de forma interessante, nos comportamentos do tipo depressivos induzidos pelo estresse social. Estes dados incitaram novas perguntas e, a partir deles, o presente projeto foi idealizado. Sendo assim, esta proposta objetiva estudar a fundo a participação do RVM nas alterações comportamentais induzidas pelo estresse social. Para isto, a proposta será dividida em 4 projetos. Brevemente, o primeiro projeto irá investigar se um modelo de estresse social modificado para fêmeas é capaz de induzir hiperalgesia persistente e se o RVM irá interferir nas alterações comportamentais induzidas pelo estresse, assim como já demonstrado em machos. O segundo projeto irá analisar a influência das vias de projeção para o RVM nas alterações comportamentais induzidas pelo estresse social. O terceiro projeto propõe avaliar as alterações no transcriptoma do RVM e de suas projeções no contexto do estresse social. Por fim, o quarto projeto objetiva investigar a ativação do RVM no contexto do estresse social. (AU)

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