Auxílio à pesquisa 24/15954-4 - Neoplasias pancreáticas, Oncologia - BV FAPESP
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Prevalência de variantes germinativas em pacientes Brasileiros com carcinoma pancreático

Resumo

Avaliamos a prevalência de variantes germinativas patogênicas/provavelmente patogênicas (PGV) em pacientes brasileiros com adenocarcinoma pancreático (CP), que representam uma população multiétnica, em um estudo transversal. Incluímos 192 pacientes com CP não selecionados para histórico familiar de câncer. Avaliamos um painel de 113 genes de câncer, por meio de sequenciamento de DNA genômico e 46 marcadores informativos de ancestralidade, por meio de PCR multiplex. A idade mediana foi de 61 anos; 63,5% dos pacientes apresentavam estágios clínicos III ou IV da doença; 8,3% relataram histórico pessoal de câncer; 4,7% e 16,1% relataram parentes de primeiro grau com CP ou câncer de mama e/ou próstata, respectivamente. Embora o componente genético da ancestralidade fosse principalmente europeu, houve considerável miscigenação na composição genética. Doze pacientes (6,25%) eram portadores de PGV em genes de predisposição ao PC (ATM, BRCA1, BRCA2, CDKN2A, MSH2, PALB2) e outros 25 (13,0%) eram portadores de PGV em genes com associação limitada ou não previamente associados ao PC (ACD, BLM, BRIP1, CHEK2, ERCC4, FANCA, FANCE, FANCM, GALNT12, MITF, MRE11, MUTYH, POLE, RAD51B, RAD51C, RECQL4, SDHA, TERF2IP). Os genes mais frequentemente afetados foram CHEK2, ATM e FANC. Em amostras de tumor de portadores de PGV em ACD, BRIP1, MRE11, POLE, SDHA, TERF2IP, realizamos o sequenciamento de exoma, sendo que a principal assinatura mutacional de substituições de base única (SBS) foi SBS1+5+18, provavelmente associada à idade, tabagismo e espécies reativas de oxigênio, que estão associadas ao desenvolvimento do câncer de pâncreas. A assinatura SBS3 associada à deficiência de reparo homólogo também encontrava-se representada, mas em menor escala. Não houve diferença na frequência de portadores de PGV entre: a) pacientes com ou sem parentes de primeiro grau com câncer; e b) pacientes com ancestralidade miscigenada versus aqueles com ancestralidade predominantemente europeia. Além disso, não houve diferença na sobrevida global entre portadores de PGV e não portadores. Portanto, o teste genético deve ser oferecido a todos os pacientes brasileiros com câncer de pâncreas, independentemente de sua ancestralidade. Genes com associações limitadas ou previamente não reconhecidas com câncer de pâncreas devem ser investigados mais profundamente para esclarecer seu papel no risco de câncer. (AU)

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