A importância da latitude em um mundo afetado pelas mudanças climáticas: uma abordagem ecológica com térmitas

Resumo

Os padrões globais de tolerância térmica oferecem insights valiosos sobre as vulnerabilidades das espécies ao aquecimento climático, esclarecendo a interação histórica entre fisiologia e comportamento na proteção das espécies contra extremos de temperatura. Considerando o aumento projetado da temperatura e a intensidade de eventos climáticos extremos, o objetivo geral desta proposta SPRINT-FAPESP é investigar como as espécies de térmitas neotropicais respondem ao aumento da temperatura e à redução da umidade em diferentes latitudes e quais atributos funcionais estão relacionados à tolerância climática desses insetos. Nossa hipótese é que as espécies de térmitas de latitudes mais altas (Chile) exibirão uma faixa de tolerância térmica mais ampla em comparação com as espécies tropicais (Brasil), pois atualmente habitam climas mais frios do que seus ótimos fisiológicos. Em 2019, estabelecemos uma parceria entre o TermitoLab (UFABC-Brasil) e o grupo do Dr. Daniel Aguilera-Olivares no Laboratório de Entomologia (Entomolab) da Universidad de Concepción (UdeC-Chile), renomado por suas pesquisas pioneiras em ecologia de térmitas nesta região. Esta colaboração resultou em quatro artigos científicos publicados e levou à criação de um tópico de pesquisa sobre térmitas na revista Frontiers in Ecology and Evolution. Esta iniciativa impulsionou uma nova colaboração entre ambos os grupos de pesquisa para avançar no conhecimento do efeito das mudanças climáticas sobre as térmitas em duas regiões com peculiaridades climáticas distintas. Esta proposta tem como objetivo promover a colaboração dentro da América do Sul e avançar no campo da ecologia de térmitas na região. Este objetivo será alcançado por meio de uma série de atividades de intercâmbio lideradas por pesquisadores do Brasil e do Chile. As atividades de intercâmbio propostas incluem: i) Pesquisa colaborativa, ii) Workshops e iii) treinamento de estudantes de graduação e pós-graduação. Ambas as equipes possuem experiência em técnicas de campo de insetos, experimentação ecológica e análise estatística de grandes conjuntos de dados. Além disso, seu conhecimento de diferentes grupos de térmitas se complementa. Essa colaboração facilitará a obtenção de uma compreensão abrangente dos impactos das mudanças climáticas nas térmitas neotropicais. (AU)