Desvendando o potencial terapêutico da Tanshinona-IIa sulfonato na prevenção e tratamento da periodontite experimental em camundongos

Resumo

A periodontite (DP), uma doença inflamatória crônica, altamente prevalente e de etiologia multicausal, se desenvolve como resultado de complexas interações parasita-hospedeiro. O biofilme bacteriano disbiótico em contato com os tecidos gengivais inicia uma cascata de eventos inflamatórios, mediado e modulado pela resposta imunológica do hospedeiro, que é caracterizado pelo aumento da expressão de diversos mediadores inflamatórios como citocinas e quimiocinas no tecido conjuntivo. A DP resulta na destruição dos tecidos de suporte ao redor dos dentes, incluindo ligamento periodontal, cemento e osso alveolar. Esse processo é dependente da diferenciação e atividade de osteoclastos, as células responsáveis por reabsorver o tecido ósseo. Desta forma, a inibição da diferenciação ou da atividade dessas células é uma estratégia viável para o controle da reabsorção óssea durante o desenvolvimento da DP. As tanshinonas são uma nova classe de inibidores de catepsina K que surgiram recentemente como fármacos promissores na redução do fenótipo osteoporótico em camundongos. A Tanshinona-IIa sulfonato é um derivado da Tanshinona IIA, uma substância natural da Salvia miltiorrhiza (Danshen) com diversas propriedades biológicas. Tais compostos são capazes de inibir especificamente a atividade colagenolítica da Catepsina K, enzima secretada pelos osteoclastos que participa da degradação da fase orgânica da matriz óssea, sem interferir na diferenciação de osteoclastos. Considerando o potencial biológico da tanshinona IIa sulfonato e a natureza sitio especifica da DP, este estudo tem como objetivo desvendar o potencial terapêutico deste composto sobre: a reabsorção óssea, a progressão da inflamação, o perfil imunoinflamatório, e o seu potencial osteogênico em um modelo preventivo e terapêutico de perda óssea induzida por ligadura em camundongos. Os desfechos que serão analisados incluem a avaliação do processo inflamatório no tecido conjuntivo por meio de análise histológica, avaliação da inibição da perda óssea alveolar por microtomografia computadorizada, quantificação do número de osteoclastos (TRAP) por histoquímica, imunolocalização e quantificação dos marcadores ósseos (OPG, RANKL e Catepsina K), dos fatores de transcrição (RUNX-2, NFATc1 e NF-8B) por imuno-histoquímica e do perfil imunoinflamatório (anti-CD80, anti-CD206, antiF4/80, anti-CD4, anti-CD8, anti-CD45, e anti-CD3) por imunofluorescência; a quantificação da expressão dos marcadores ósseos (RANKL, OPG, c-fos, NAFTc1, OSCAR, catepsina k e IL-6) e da expressão de marcadores imunoinflamatorios (TGF-²1, TNF-±, IL-1², IL-10, IL-4, INF-g e Arg2) por RT-qPCR; os níveis proteicos de NFTAc1, c-fos e IkB± por meio de western-blot; a atividade funcional da Catepsina K por ensaio fluorimétrico; e finalmente a taxa de aposição mineral óssea (MAR) por meio de histomorfometria dinâmica por microscopia de fluorescência, os níveis séricos de CTx1, P1NP, OCN, e OSX por ELISA e a estrutura e organização das fibras de colágeno no ligamento periodontal sob microscopia de campo claro e polarizada. (AU)