EMU científico: aquisição de um equipamento de ressonância magnética nuclear configurado para estudos de metabolômica

Resumo

A presente proposta tem como objetivo a aquisição de um equipamento de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 14,7 Tesla (600 MHz para frequência do hidrogênio), contendo acessórios de última geração para atender especificamente, mas não somente, pesquisas que envolvam análises metabolômicas. A metabolômica é uma área de fronteira e interdisciplinar que atende pesquisas da área médica, ciência do esporte, ciência dos alimentos, produtos naturais, etc, como as dessa proposta. Ela visa encontrar respostas metabólicas associadas a vários tipos de estresses, sejam eles: a presença de patologias, fatores ambientais, atividades físicas, interações entre microorganismos e hospedeiros, etc. Dentre os focos principais estão aqueles de natureza mais básica, como a compreensão de processos estressores, a busca por novas moléculas bioativas (no caso de produtos naturais), a designação de origem e adulteração de alimentos e fitoterápicos, a busca por biomarcadores de baixa massa molecular associados a presença de patologias (no caso de desenvolvimento de novos métodos diagnósticos), etc. Todas essas informações são obtidas, certamente, com o uso de ferramentas estatísticas que ajudam a compreender rotas bioquímicas afetadas, e a quantificar essas alterações. Portanto, é um tipo de estudo altamente qualificado que demanda excelente aquisição de dados. A RMN, mesmo com limitações de níveis de detecção, tem se mostrado uma excelente ferramenta, por conta de sua altíssima reprodutibilidade, fácil preparo de amostra e por não envolver uma análise destrutiva. No entanto, a interferência humana ainda é um importante fator na qualidade dos dados e que pode, em alguns casos, introduzir problemas na análise e no alcance de conclusões mais assertivas, além de aumentar o custo da análise. Neste sentido, a Bruker tem desenvolvido nos últimos anos uma plataforma que minimiza ao máximo a interferência humana neste tipo de trabalho. Essa plataforma, chamada IVDR, do inglês In Vitro Diagnostic Regulation, está relacionada a protocolos médicos altamente automatizados e padronizados, desenvolvidos com mínima interação humana e mais rápidos, visando rapidez e minimização de custos. Esta plataforma contempla acessórios que permitem fazer, de forma automatizada e padronizada: o preparo de amostras, a transferência para tubos de RMN, a troca automática de amostras no equipamento, o controle refinado de pH e de temperatura para evitar (ou minimizar) a decomposição da amostra, a aquisição e o processamento de dados, alimentação de bancos de dados (se desejado), inclusive com a possibilidade de emissão de um relatório com vários metabólitos identificados e quantificados com métodos que já estejam otimizados. Este equipamento visa atender projetos de pesquisa em metabolômica relacionados à ciência do esporte, saúde ocupacional, doenças raras, processos biológicos de fermentação, estudos metabolômicos de organismos vivos e suas interações, metabolômica aplicada a alimentos, efeitos da COVID-19, etc. De forma geral, o grande impacto que um equipamento como o solicitado traz para a comunidade acadêmica das mais diversas áreas, é a rapidez e altíssima qualidade/reprodutibilidade com que as análises são executadas, bem com a potencialidade dos programas estatísticos no tratamento e auxílio dos usuários, que tem sob domínio uma quantidade imensa de dados. Este contexto coloca a pesquisa brasileira em metabolômica e, em especial, a do estado de São Paulo, no mesmo nível do que se tem feito em países altamente desenvolvidos, promovendo respostas importantes aos problemas apresentados e aumentando o impacto das publicações. (AU)