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Efeito regulatório do cortisol na reposta imunológica e sua relação com marcadores precoces de lesão renal na leishmaniose visceral canina

Resumo

Os cães domésticos são os principais reservatórios urbanos de Leishmania infantum, o agente causador da Leishmaniose Visceral (LV) nas Américas. Em regiões endêmicas para LV, o número de casos em humanos é associado com a taxa de infecção canina. Na LCan, os cães doentes montam uma resposta imune celular (Th1) ineficiente para combater o parasita concomitante ao aumento da resposta imune humoral (Th2). Na leishmaniose visceral as citocinas inflamatórias produzidas podem modular o eixo HPA (Hipotálamo, Pituitária Adrenal) causando aumento da produção do hormônio liberador de corticotropina (CRH) pelo hipotálamo e induzir a hipófise a sintetizar o adrenocorticotrópico hormônio (ACTH) e as glândulas supra-renais para produzir esteróides, glicocorticóides, dehidroepiandrosterona que podem modular a resposta imunológica. Em modelo experimental altos níveis de cortisol foram positivamente correlacionadas com interleucina IL-6, IL-1², IL-10 e TGF-² e arginase 1, enquanto o IFN-³ e iNOS apresentaram correlação negativa, sugerindo que o cortisol pode estar envolvido na patogênese da doença, porém em cães com leishmaniose o efeito regulador no cortisol na imunidade ainda não foi esclarecido. Além disso, altas taxas de cortisol em cães podem afetar a função renal; e em pacientes humanos com leishmaniose visceral o aumento de cortisol foi associado a diminuição da taxa de filtração glomerular, indicando uma relação entre o cortisol e a função renal. Na leishmaniose canina embora as manifestações dérmicas e a linfadenomegalia sejam as manifestações mais comuns, a doença renal é considerada a principal causa de mortalidade. A maioria dos cães com leishmaniose apresentam doença renal, mas a sua detecção na fase terminal dificulta o tratamento, então encontrar marcadores precoces na urina que evidenciem a lesão renal é fundamental para orientar a conduta clínica. A podocina, nefrina e miRNAs tem sido caracterizados como marcadores precoces de lesão renal em humanos, entretanto a avalição desses marcadores na urina do cão com leishmaniose visceral não foi estudado. Na progressão da doença canina ocorre imunossupressão e falha renal, que pode estar associada ao aumento de cortisol, ainda não investigado na leishmaniose canina. O conhecimento dos fatores associados a progressão da doença pode trazer informações relevantes para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento na leishmaniose canina. (AU)

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