Biodiversidade de insetos em uma floresta tropical amazônica: riqueza de espécies, estrutura vertical e turnover faunístico

Resumo

Este projeto pretende responder perguntas complexas sobre composição e estrutura espacial da biodiversidade de insetos em uma floresta tropical amazônica: (1) qual é a dimensão, em número de espécies, da fauna de Hexapoda em uma localidade de floresta tropical; (2) quais são os padrões de distribuição vertical de riqueza de espécies e abundância em diferentes ordens de insetos em uma floresta tropical; (3) qual é a porcentagem de espécies de insetos que não são coletadas à altura do solo em uma floresta tropical; (4) qual é a composição dos grupos taxonômicos de insetos na copa; (5) quais são as guildas e como se organizam verticalmente as diferentes ordens de Hexapoda; (6) quais são os padrões de sazonalidade de diferentes grupos de Hexapoda; (7) qual é o viés das armadilhas Malaise no dimensionamento da diversidade real de espécies de insetos em uma área de coleta; (8) quais são os padrões de migração vertical da fauna de insetos ao longo do dia em diferentes grupos de insetos; (9) qual é o turnover de fauna em diferentes grupos de insetos entre interflúvios na Amazônia; (10) como foi a evolução da fauna de insetos ao longo do Cretáceo Superior e do Cenozoico Inferior à medida que as próprias copas de florestas de angiospermas surgiram. Para responder essas questões, o projeto deve coletar cerca de um milhão de exemplares de insetos junto à torre localizada na Reserva Biológica da Estação experimental de Silvicultura Tropical (EEST), do INPA, estrada de acesso ZF2, ao norte de Manaus, utilizando diversas técnicas de coletas ativa e passiva, além de coletas nos municípios de Novo Airão (a oeste do Rio Negro)e Careiro Castanho (ao sul do Rio Solimões). As coletas serão feitas em cinco estratos dentro da floresta (0m, 8m,16m, 24m e 32m) utilizando a torre de 53 m dentro da EEST. Para 200.000 a 300.000 insetos, uma região do gene mitocondrial Citocromo Oxidase 1 (MTCO1, COI ou COX1) deverá ser sequenciada. Estima-se que o número de espécies de mais de 450 famílias de insetos deve ultrapassar 25.000. A amostragem ao longo de 14 meses deve permitir a construção de curvas confiáveis de rarefação para a estimativa do número real de espécies. O projeto deve gerar, adicionalmente às publicações acadêmicas, protocolos patenteáveis, oportunidades para uma incubadora, com modelos de laboratórios de diferentes tamanhos que acessem com baixo custo e alta precisão problemas de biodiversidade em ambientes naturais e problemas de entomologia aplicada. Espera-se obter mais de 400 artigos publicados em periódicos de taxonomia e mais de 25 artigos em revistas de alto impacto, em uma equipe que vai envolver mais de 250 pesquisadores do Brasil e diversos outros países. (AU)