Auxílio à pesquisa 22/11369-4 - Atenção primária à saúde, Inteligência artificial - BV FAPESP
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Relações de definição e decisão de risco em saúde no contexto contemporâneo

Processo: 22/11369-4
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2023
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2025
Área do conhecimento:Ciências da Saúde - Saúde Coletiva - Saúde Pública
Pesquisador responsável:Aurea Maria Zöllner Ianni
Beneficiário:Aurea Maria Zöllner Ianni
Instituição Sede: Faculdade de Saúde Pública (FSP). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Helton Saragor de Souza ; Livia Gonzaga Moura ; Maria Izabel Sanches Costa ; Ricardo de Lima Jurca ; Rodrigo Meirelles ; THIAGO MARQUES LEÃO
Bolsa(s) vinculada(s):23/12665-9 - Apoio ao desenvolvimento das atividades do projeto na interlocução temática e metodológica, BP.TT
Assunto(s):Atenção primária à saúde  Inteligência artificial  Sociologia médica  Ciências sociais 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:atenção primária | Inteligência Artificial | Saúde Pública | Sociedade de Risco | Sociologia da Saúde | tecnociência | Ciências Sociais em Saúde

Resumo

Este projeto se insere no campo científico da Saúde Coletiva, mais especificamente no subcampo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde. Pressupõe que: os conflitos epistemológicos são sempre, inseparavelmente, conflitos políticos; é necessário o alargamento da atividade intelectual para além das atuais demarcações disciplinares; são necessárias transformações no âmbito das próprias ciências sociais, para um maior engajamento na produção de novos conhecimentos. Esses pressupostos estão estreitamente relacionados ao problema de pesquisa aqui proposto: compreender as relações de definição e decisão de riscos em saúde no contexto das sociedades contemporâneas.Para Ulrich Beck, a sociedade de risco é aquela em que a "incerteza teórica corresponde à incerteza prática"(1:12), isto é, o acúmulo do poder do progresso tecnológico-econômico é crescentemente ofuscado pela produção dos riscos. No centro da sociedade de risco estão as "incertezas fabricadas". Nesse sentido, as relações de definição e decisão dos riscos são fundamentais, pois elas pressupõem decisões humanas sobre as incertezas fabricadas. Definições e decisões sobre riscos são, desta forma, fato histórico-social; aspecto vastamente reconhecido pelo campo da Saúde Coletiva(2).Latour(3) enfatiza a dimensão material de práticas, ações e políticas sociais, aspectos em geral secundarizados nas análises sociais: as coisas, os objetos, as tecnologias, e as relações de poder que portam. Para ele já não é mais possível manter a diferenciação entre ação humana e causalidade material de forma categórica, pois isto produz inércia, durabilidade, assimetrias, extensão e dominação nas relações de poder e nas desigualdades sociais. Este projeto de pesquisa vai se interessar pela lógica intrínseca à sociedade de risco que repõe e reproduz, em larga medida, a inércia, a durabilidade, a assimetria e a extensão das relações de definição e decisão de risco de primeira modernidade (a sociedade industrial moderna) por meio de práticas, ações e políticas sociais que estimulam uma certa permanência dos marcos epistemológicos, políticos, socioculturais e técnico-científicos da primeira modernidade. Entende que tais permanências informam e conformam normas e instituições do campo da saúde, especificamente o campo da Saúde Coletiva, aqui compreendido como um campo científico e prático-político, que formula e opera políticas públicas de saúde que envolvem relações de definição e decisão de riscos. Pretende problematizar a questão das relações de definição e decisão sobre os riscos à saúde no contexto contemporâneo por meio de uma abordagem metodológica em dois formatos(4). O primeiro, mais propriamente teórico-empírico. Consistirá no aprofundamento da literatura dos campos da teoria social e das ciências sociais e humanas e da saúde tendo por foco o tema do projeto. O segundo, mais propriamente empírico-temático. Corresponderá ao desenvolvimento de nove subprojetos articulados a cinco temas: usos da Inteligência Artificial na saúde; produção do discurso científico na saúde - tecnociência e sociedade, risco sanitário, e queimaduras; atenção primária à saúde - processo de trabalho, diagnósticos e risco; sofrimento psíquico entre estudantes universitários, individualização e risco; estratégias didático-pedagógicas no ensino fundamental em contexto da sociedade de risco e pós-pandêmico.Bibliografia1.Beck, U. Sociedade de Risco. Rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2010. 2.Latour, B. Reensamblar lo social. Uma introducción a la teoria del actor-red. Buenos Aires: Manantial, 2008. 3.Ayres, J. R. de C. M. Sobre o risco: para compreender a epidemiologia. São Paulo: HUCITEC, 1997.4.Minayo, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 1994. (AU)

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