Modelos em camundongos de falência ovariana prematura induzida e por envelhecimento afetam o perfil e características ovarianas

Resumo

Os hormônios sexuais exercem uma ampla influência em vários sistemas do corpo humano, especialmente nas mulheres, as quais passam por intensas mudanças nos períodos trans e pós-menopausa. Diferentes modelos experimentais são utilizados para reproduzir estas condições, no entanto, o impacto no perfil hormonal pode ser diferente. O presente estudo teve como objetivo analizar e comparar a citologia vaginal de diferentes modelos de pós-estropausa em camundongos, bem como seus aspectos histológicos ovarianos. Quarenta e seis camundongos fêmeas C57BL/6J com idades de 4, 5, e 18 meses no início do experimento, pesando cerca de 25-28 gramas, constituíram cinco grupos: NC - Controle negativo - animais sem tratamento, OVX-SHAM - ovariectomia SHAM, OVX - ovariectomizadas, VCD - medicadas com 160 mg/Kg/dia de 4-vinilciclohexeno diepóxido via IP por 20 dias consecutivos, e Idosa - camundongos senescentes em estropausa fisiológica. As eutanásias foram realizadas em diferentes períodos para a remoção dos ovários após confirmado o diestro por 10 dias consecutivos por meio de citologia vaginal.A partir da citologia vaginal diária, foram realizadas análises morfológicas e histomorfométricas. As idosas apresentaram aumento significativo de neutrófilos quando comparadas ao grupo VCD, bem como aumento de células epiteliais cornificadas quando comparadas às OVX. Os ovários das NC e OVX-SHAM apresentaram numerosos folículos em diferentes estágios de desenvolvimento, enquanto que as VCD apresentaram intensa atresia folicular, depleção de folículos primordiais e em desenvolvimento, e predominância de células intersticiais. Os ovários dos animais idosos estavam constituídos predominantemente de corpos lúteos degenerados em corpus albicans, com raros folículos antrais. Todos os modelos analisados apresentaram perfis de diestro permanente distintos, causados por cada modelo, como indicado pelas características ovarianas. Estes resultados devem ser cuidadosamente considerados na escolha de um modelo experimental pós-estropausa, a fim de melhor correlacionar esta fase desafiadora da vida do sexo biológico feminino com as condições fisiológicas e patológicas. (AU)