Kombucha melhora a tolerância à glicose e reduz a esteatose hepática em camundongos obesos

Resumo

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), frequentemente associada à obesidade, está se tornando uma das doenças hepáticas mais comuns em todo o mundo. Estima-se que afeta um bilhão de indivíduos e pode estar presente em aproximadamente 25% da população globalmente. A NAFLD é vista como uma manifestação hepática da síndrome metabólica, com humanos e modelos animais apresentando dislipidemia, hipertensão e diabetes. O eixo intestino-fígado tem sido considerado o principal ramo da patogênese para o desenvolvimento da DHGNA. Considerando que alimentos ou bebidas podem modular o trato gastrointestinal, o sistema imunológico, a regulação da homeostase energética e até mesmo o eixo intestino-fígado, realizamos um estudo exploratório para analisar os efeitos do probiótico kombucha na esteatose hepática, tolerância à glicose e enzimas hepáticas envolvidas na metabolismo de carboidratos e gorduras usando um modelo pré-clínico. Os camundongos obesos induzidos por dieta apresentaram intolerância à glicose, hiperinsulinemia, esteatose hepática, aumento da deposição de fibras de colágeno nos espaços vasculares do fígado e expressão gênica de TNF-alfa e SREBP-1 aumentada. Camundongos que receberam o suplemento de kombucha apresentaram melhor tolerância à glicose, hiperinsulinemia reduzida, diminuição das atividades das enzimas citrato sintase e fosfofrutoquinase-1, receptor de ácido biliar acoplado à proteína G diminuído, também conhecido como TGR5, e expressão gênica do receptor de farnesol X, e esteatose e problemas hepáticos atenuados deposição de fibras colágenas. A melhora na tolerância à glicose foi acompanhada pela recuperação da fosforilação aguda da serina AKT hepática induzida por insulina. Assim, é possível concluir que esta bebida probiótica tem um efeito benéfico na redução das alterações metabólicas associadas à obesidade induzida por dieta. Esta bebida probiótica merece uma extensão de estudos para confirmar ou refutar seus efeitos potencialmente benéficos. (AU)