Sínteses de agentes hemostáticos a partir de biomassa orgânica e inorgânica: modulação da ação anti-hemorrágica e anti-inflamatória com nanoparticulas inorgâncias, estudos in vitro e in vivo visando aplicações cirúrgicas-hospitalares

Resumo

Apesar dos avanços na intervenção médica, uma das principais causas de morte em todo o mundo é o sangramento devido a traumas. Em razão disso, o desenvolvimento de agentes hemostáticos eficazes para a contenção de hemorragias tornou-se uma prioridade em diversos centros de pesquisa médica. Há uma pletora de agentes hemostáticos tópicos disponíveis no mercado com as mais diversas formulações farmacêuticas e preparados a partir de diferentes materiais orgânicos ou inorgânicos, modulados de acordo com suas propriedades físico-químicas. Todavia, apesar de toda essa diversidade de agentes hemostáticos, a necessidade de novos e eficientes hemostáticos é ainda uma necessidade recorrente nos centros cirúrgicos e situações de emergências. Pesquisas prévias realizadas no nosso grupo de pesquisa com o apoio da FAPESP resultou na preparação, caracterização e estudos tromboelastográficos de novos agentes hemostáticos baseados em materiais zeolíticos (processo: 2013/16754-4) e pectina (processo: 2019/01858-5). O objetivo desse projeto de pesquisa de doutoramento é o avanço e aprofundamento do estudo destes materiais hemostáticos, objetivando a modulação desses materiais com a incorporação de nanopartículas metálicas e óxidas de prata (Ag), Bismuto (Bi), Cério (Ce), Cobre (Cu) e Zinco (Zn), e o estudo do efeito sinérgico entre a ação antimicrobiana e hemostática desses agentes hemostáticos a base de pectina. Visando o uso potencial de novas biomassas para a produção de agentes hemostáticos, cascas de ovos, biomassa inorgânica rica em cálcio, serão usadas na síntese de novas zeólitas ricas em cálcio. Resultados preliminares obtidos até o presente momento indicam que zeólitas ricas em cálcio, tais como a Yugawaralita (YUG), podem ser sintetizadas a partir de cascas de ovos, e resultados preliminares de estudos tromboelastográficos indicam o potencial desses materiais zeolíticos para serem aplicados como agentes hemostáticos. O projeto será executado em colaboração com a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), onde os estudos da ação antimicrobiana dos materiais sintetizados e sua interação com biofilmes formados por bactérias (Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Peptostreptococcus spp) serão realizados. Estudos in vivo com os agentes hemostáticos serão feitos em colaboração com o Instituto Butantã-SP e no âmbito internacional pretendemos dar continuação a nossa colaboração com pesquisadores do BAM-Federal Institute for Materials Research and Testing-Berlin, e da University of Texas-Health Science Center (UTHealth)- Houston usando os novos materiais hemostáticos desenvolvidos neste estudo. (AU)