Avaliação da progressão da doença renal em ratos obesos e deficientes em vitamina D após insulto de isquemia/reperfusão renal e dos efeitos alternativos da dapaglifozina sobre o comprometimento renal em modelo de nefrectomia 5/6 associado à Obesidade

Resumo

A obesidade é uma doença crônica comumente caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, sendo considerada uma epidemia mundial condicionada aos hábitos de vida. As modificações renais associadas à obesidade estão relacionadas às alterações hemodinâmicas, principalmente hiperperfusão glomerular, aumento da fração de filtração e da proteinúria. Além disso, alterações estruturais como aumento de peso renal, glomerulomegalia, espessamento da membrana basal glomerular, expansão da matriz mesangial e disfunção de podócitos são observadas no curso das principais patologias renais associadas à obesidade. Ultimamente há um grande interesse no estudo da influência de fatores de risco como a hipovitaminose D e a obesidade na progressão da doença renal. Além disso, o uso alternativo de inibidores do SGLT-2 vem oferecendo novas perspectivas e estratégias para o tratamento da doença renal, independente de seus efeitos glicosúricos. O presente estudo visa avaliar a progressão da doença renal em ratos obesos e deficientes em vitamina D submetidos ao insulto de isquemia/reperfusão renal (IRR). Além disso, investigaremos os efeitos do inibidor seletivo do SGLT-2 dapaglifozina como tratamento alternativo sobre o comprometimento renal em modelo de nefrectomia 5/6 (Nx) associado à obesidade. Serão utilizados ratos Wistar (180-200 g) para os protocolos 1 e 2. Protocolo 1: os animais serão submetidos à cirurgia de IRR renal no 45º dia e acompanhados até o 90º dia de protocolo. Os animais serão divididos em quatro grupos de acordo com a dieta recebida: padrão (I/R), depletada em vitamina D (I/R+dVD), hiperlipídica (I/R+H) ou hiperlipídica depletada em vitamina D (I/R+HdVD). Protoloco 2: os animais serão submetidos à cirurgia de Nx no 40º dia e acompanhados até o 100º dia de protocolo. A dapaglifozina (2 mg/kg/dia) será administrada na água a partir do 41º dia. Os animais serão divididos em quatro grupos de acordo com a dieta/tratamento recebidos: padrão (N+P); hiperlipídica (N+H); padrão+dapaglifozina (N+P+G); e hiperlipídica+dapaglifozina (N+H+G). Ao final de ambos os protocolos serão realizadas medidas morfométricas, avaliação do clearance de inulina, estudos de hemodinâmica renal além de estudos bioquímicos no plasma (eletrólitos, citocinas, hormônios) e urina (eletrólitos). O tecido renal será coletado, congelado ou fixado e posteriormente utilizado para estudos de expressão proteica, gênica e de imuno-histoquímica para quantificação de citocinas, marcadores de inflamação e de mudança fenotípica, proteínas da matriz extracelular e avaliação histomorfométrica. Os resultados obtidos permitirão avaliar os efeitos sinérgicos da obesidade e da deficiência de vitamina D na progressão da doença renal após insulto de IRR e também se o uso alternativo da dapaglifozina exercerá efeitos renoprotetores em modelo de obesidade associado à Nx. (AU)